As operadoras de jogo encerraram o “annus horribilis” dos casinos com perdas de quase 35 por cento face a 2014. Em Dezembro, os proveitos do sector caíram 21,2 por cento, naquela que foi, ainda assim, a segunda menor queda registada no ano passado.
"A quebra era aguardada e os números não fugiram muito ao que era esperado por analistas e economistas. As seis concessionárias e sub-concessionárias de jogo de Macau encerraram 2015 com receitas de 230 840 milhões de patacas, uma queda de 34,3 por cento face ao montante gerado pelas operadoras em 2014.
Só no mês passado, os casinos encaixaram 18 340 milhões de patacas, um número que, de acordo com a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos, fica 21,2 por cento aquém do valor registado em igual período do ano transacto.
Os valores agora revelados confirmam a tendência de quebra que permeia a economia de Macau desde o início do segundo semestre de 2014: o ano que findou na quinta-feira foi o segundo consecutivo de quebra das receitas do jogo, depois de em 2014 os proveitos do secto do jogo terem sofrido uma diminuição de 2,6 por cento.
As receitas das concessionárias e sub-concessionárias de jogo entraram em Junho de 2014 em rota descendente e desde então os casinos têm-se debatido com uma imperturbável sequência de maus resultados. Dezembro não só marcou o 19º mês consecutivo de quedas homólogas, como foi também o mês com o terceiro pior desempenho de 2015, depois de os casinos terem terminado Novembro com receitas de 16 425 milhões de patacas, o valor mais baixo em cinco anos.
Ainda assim, a percentagem da derrapagem em Dezembro – 21, 2 por cento – foi a segunda menor registada nos doze meses do ano passado, perdendo apenas para Janeiro (17,4 por cento). Em Fevereiro, as receitas das operadoras de jogo sofreram um “tombo” de 48,6 por cento.
Apesar da queda das receitas, as concessionárias de jogo continuam a investir no território, ainda que o ritmo de lançamento de novos projectos tenha conhecido alguns percalços, com o anúncio de atrasos e adiamentos. A Wynn Macau, por exemplo, adiou de 25 de Março para 25 de junho a abertura das suas novas valências na “strip” do Cotai.
O “Wynn Palace” será o primeiro empreendimento do grupo norte-americano na zona. A operadora liderada por Steve Wynn já explora dois casinos em Macau, o Wynn e o Encore.
Para a segunda metade do ano está também prevista a abertura do “Parisian”, bem como do MGM Cotai. A última operadora a instalar-se na zona de aterros que une as ilhas da Taipa e de Coloane será a Sociedade de Jogos de Macau. A inauguração do “Lisboa Palace” está prevista apenas para o final de 2017.
A economia da RAEM tem o sector do jogo como principal alavanca devido aos impostos directos de 35 por cento cobrados sobre as receitas brutas operadas nos espaços de jogo. Com a contracção das receitas das operadoras de jogo, diminui também a expressividade financeira das contas públicas: nos primeiros três trimestres de 2015, o Produto Interno Bruto de Macau conheceu uma contracção, em termos reais, da ordem dos 25 por cento."
À MARGEM:
O signatário deste espaço, que esteve várias vezes em Macau, antes da transferência de soberania, confessa que, o que, à distância, o impressiona mais é UM REGIME COMUNISTA tão interessado nos dinheiros que possa arrecadar por via dos JOGOS DE CASINO ("alavanca principal...").
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