quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Geografia - Parabéns, Brasil! 3












"(...) Do alto do Pão de Açúcar, a que consegui chegar depois de longa espera para ter lugar nos teleféricos, que aí no conduzem, foi outro deslumbramento. Afinal, outra coisa não seria de esperar. A cidade era a mesma. Os morros, as casas, as florestas, a água, as praias permaneciam, vistas de que lado fosse, iguais às que já me haviam maravilhado anteriormente. Talvez agora me impressionassem de modo especial as extensas praias e longas avenidas de que o Rio está cheio. Mas a emoção mais intensa que senti neste deambular pela "cidade maravilhosa" foi na altura em que, num abrir e fechar de olhos, me dei conta de estar na chamada Vista Chinesa. Daí já não é só o Corcovado, nem só o Pão de Açúcar mas toda a cidade, tendo como moldura água e mais água, que surge numa inesperada avalhancha de beleza que definitivamente nos esmaga.

Que me perdõem os paulistas em cuja terra natal quase não consegui respirar, que me relevem os que se batem pela supremacia de Brasília, que não se molestem os que por aí estão a pensar nas belas cidades da nossa velha Europa, mas o Rio é tudo o que de mais bonito vi até hoje reunido numa só cidade.

Depois o povo carioca. Oh, o povo carioca!... Gente do samba. Gente que vibra, gente que estremece ao
toque de uma pandeireta. Mulheres e homens que esquecem tudo para sambar. Eu. Eu vi, estive lá, no Palácio do Samba, na famosa Escola da Mangueira. "Todo o mundo rimexe, siô". Quando soa o apito ninguém mais pára. Mesmo que este ou aquele se atreva a ficar quieto, pois, nem por isso, deixa de participar: não tarda que um dos da casa apareça a dar-lhes os versos que estão a ser cantados, de sorte ninguém consegue resistir e ... canta. Canta ou dança. Ou faz as duas coisas, como bom carioca. (...)"

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