quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Os portugueses no Canadá - foi assim ... ( I )





Posta a tónica na expressão popular que reza ser a "necessidade mestra de engenhos", pode ficar dito isso mesmo no que respeita a emigração portuguesa, agora tornada tema central no discurso político entredentes ou mesmo oficioso, para não dizer oficial.


A verdade é que, para quem tem levado a vida a, volta não volta, pensar nisso por espírito descobridor, por facilidade natural de convívio seja com quem for, é duro ouvir agora o convite: "queres pão, vai ganhá-lo p'ra casa do teu irmão..." Qualquer coisa assim ... Por outras palavras: os políticos levaram anos a dizer que estávamos a progredir, a não precisar de emigrar por razões económicas e, de repente, saiem-se com esta: "queridas mães portuguesas, as senhoras pariram em excesso ... Somos muitos mais do que as nossas capacidades permitiam ... Tivemos que nos endividar para conseguirmos paparoca para todos ... Têm que retomar os caminhos do "cantando espalharei por toda a parte ..." Sem meias palavras, têm que fingir e abalar ... Digam que somos os dos Descobrimentos, etc. Nesta linha ..."

Vou-me aos "papéis velhos" e sai-me, assim de repente, o Canadá imenso, mas fraterno, em tempo de carência de mão-de-obra. E lá encontro o Portugal de Salazar e Caetano, pobrete, mas alegrete.

In Imigrantes Portugueses - 25 anos no Canadá

"... Já no século XV há notícias de que alguns navegadores portugueses arribaram à costa atlântica do Canadá. Reza o estudo que, mais adiante cita uma estatística do Departamento de Mão-de-Obra e Imigração do Canadá para sublinhar que, entre 1946 e 1978, ter-se-ão fixado naquele país cerca de 160 000 portugueses, a maior parte (2/3) oriundos dos Açores."

Mas ... mas a análise está feita e publicada. Não adianta repeti-la envolta em considerações que, em devido tempo, houve quem fizesse. Vou-me, por isso, directamente a um ou outro testemunho na primeira pessoa, desses que andam por ai perdidos no meio de literaturas eventualmente especializadas.

Lanço-me a eles, que aqui é um espaço aberto e, no caso, tem esta espécie de coreto, à ilharga de um banco da rua do jardim, onde a palavra é ouvida por quem passa ou por quem pára, por exemplo, para entrar na Galeria Nacional de Fotomontagens que é a parte lúdica (com mais uma ou outra fotografia) do que há para, eventualmente, reflectir.

Em próximo "post", subirei, então, ao coreto ... Não sem agora deixar uma referência grata a quantos, há uns anos, naquele vizinho dos EUA, me acolheram com a maior simpatia. Nomeadamente:

Ernesto Magalhães Feu (antigo Cônsul), Francisco Alvarez (director do programa Festival Português, transmitido pela Global Television Network), Maria Alice Ribeiro e António Ribeiro (fundadores do jornal Correio Português), Rev. Padres Alberto Cunha e Francisco Fatela.

Homenagem às presenças e às eventuais e saudosas ausências.

Até um dia destes.

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