Já o 25 de Abril arrolara coisas boas e coisas más. Já do Brasil estava de volta quem para lá fora "fazer vida", já ninguém, ou quase ninguém, falava nesse processo, quando, ainda insafisfeito, alguém quis, publicamente, "lavar a honra"... Coisa legítima e séria.
Contratou biógrafo a tempo inteiro, deu-lhe gabinete amplo, disponibilizou-se, e disponibilizou secretariado bastante, forneceu-lhe "dossiers" às dúzias, papéis às centenas, telefones (directos e indirectos) os necessários.
Elaborada e aprovada, de imediato, a estrutura geral do "a fazer", ter-se-ão iniciado as indispensáveis consultas e "investigações" intestinas.
Ia ainda, contudo, a "procissão no adro", e eis senão quando, de repente, deu-se pressa o biografado, chamou o minucioso biógrafo e ordenou, vamos lá saber porquê: "faça-me apenas um resumo..."
"Resumo de quê?..." - ter-se-á ouvido.
E mais não se soube. Nem o 25 de Abril, que tudo sabe...
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