domingo, 13 de março de 2011

No Japão os rios são infinitos...

"A Cultura é o que fica depois de se esquecer o que se aprendeu". Não sei quem o disse - esqueci-me. Do que não me esqueci e, diria, do Japão, é a cultura que me ficou, é o que, eventualmente poético, me sublinhou, em Tóquio, o então (1980) Adido Cultural da nossa embaixada naquele país, Paulo Rocha, na bela síntese - que permanece ...

Passeavámos num jardim da capital nipónica e tempo era curto para o muito que, por certo, haveria a dizer.

Paulo Rocha, o estudioso da obra de Wencelau de Morais, o autor de Ilha dos Amores, o apaixonado pelo viver nipónico, resumiu: "... o Japão pode sintetizar-se no curso de água que serpenteia este espaço verde... Onde quer que se esteja, encontrará uma curva, uma curva a dar-lhe a sensação de infinito, do inatingível... É assim..."


É o que, na verdade, ficou. É o que leio nos rostos que viram a tragédia do sismo recente que, só de pensar, assusta qualquer cidadão da Ocidental Praia, amigo do Japão.

Japão que, no fundo, acredita que para lá da curva das águas, há mais rio, e mais, e mais...

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