quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Geografia - Viajemos com Mozart 1













"Se Lisboa fosse Roma poder-se-ia dizer que, para os melomanos, Salzburg estava para Viena como Fátima para a Cidade Eterna - face aos católicos.

Salzburg é santuário da Música. E nem melomanos nem católicos têm que se amofinar com a imagem. Para melómanos católicos, porém, haverá momentos em que rezar a Nossa Senhora de Fátima ou ouvir Mozart os acaba por conduzir a estados de espírito muito semelhantes. Para se estar com a Virgem de Fátima não é obrigatório ir à Cova de Iria. Para sentir Mozart não é indispensável ir a Salzburg. Entretanto, conhecendo Mozart está a "ver-se" a cidade. Salzburg é Mozart. Na riqueza dos contornos da paisagem, no pitoresco dos seus inúmeros recantos.

Poderia, contudo, Mozart, tal como o conhecemos através da sua obra, ter nascido em Sevilha? E em Vila Real de Santo António? E na Guarda? E em Salzburg? Sim, em Salzburg. Só poderia ter sido em Salzburg, embora se diga que nos seus trabalhos há estilos italiano, alemão e francês. O que surpreende é que só tenha acontecido em 1756. O que "escandaliza" é que, pelo menos, todos os anos não tenha nascido ali um Mozart. O que é "provocante" é que os homens do nosso tempo deixem por lá circular automóveis tocando buzinas que nada têm de mozartianas.

Salzburg só pode ser Mozart. Porque tem a frescura da sua música, a elegância das suas sinfonias. Mozart com seis anos é já Homem. Salzburg é brinquedo feito cidade. O que Viena tem de largo, amplo, grande, tem aquela de pequeno, recatado, aconchegado. Tudo é perto de tudo.( ... )"

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