Apontamentos datados de1984 e publicados na integra num suplemento da imprensa lisboeta
DE UMA VIAGEM AO PAÍS DO DESENVOLVIMENTO SEPARADO
É um relato de viagem que registarei aqui na integra, para estudiosos e outros, que são capazes de ler, calmamente, achegas para a, de algum modo, história contemporânea. Procurarei, com regularidade, "revelar"uma parcela do todo - que saiu longo, mas que tem a verdade de quem o sentiu e não foi censurado ao escrevê-lo ...
"Uma palavra prévia. A gazeta, o "diário de bordo" que se segue pretende aflorar alguns dos problemas da comunidade portuguesa na África do Sul (Joanesburgo, Pretória, Durban, Cidade do Cabo), focando, em especial, a população madeirense que ali vive e labuta.
Desde logo, as razões que levaram estes nossos compatriotas a partir da sua ilha natal são conhecidas e têm a ver, fundamentalmente, com os seguintes factos: "incapacidade económica local de suportar o seu crescimento populacional; frota pesqueira reduzida e desactualizada, em comparação com as suas congéneres estrangeiras; turismo em expansão, mas o actual aeroporto a entravar maior crescimento; inflação no continente e seus reflexos na Região; falta de verbas para suprir carências nas infraestruturas básicas, a nível autárquico".
Por tudo isto (que nem sempre é só passado) sentimos a necessidade de criar este primeiro espaço de diálogo - em mangas de camisa - em mangas de camisa -, onde se podem ler, quanto mais não seja, nas entrelinhas, "curiosidades" que o escasso número de páginas disponível não permitiu aprofundar mais.
Foi assim, no dia a dia:
2 de Dezembro de 1984
ASAS A CAMINHO
À hora marcada, o cómodo e formoso Tristar 500 da TAP, muito bem recheado de passageiros de maioria branca, deslocou com suavidade em direcção a Joanesburgo, com escala em Kinshasa. Era, exactamente, uma e trinta da madrugada. Em Lisboa, sob agradável temperatura, a paisagem estava salpicada pela chuva que ainda não havia muito tempo dera apenas para "colar" ao solo as folhas com que "mestre Outono" atapetara a capital e arredores (...)."
(Caros Amigos, leitores/convivas desta espécie de tertúlia na ruadojardim, preparem-se para mais cerca 30 e tantas páginas/registo acerca desta viagem à África do Sul do "apartheid." Espero que não enjoem ...Até breve!)
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