quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

A aldeia pós-Natal
















Fui à aldeia. Qual? perguntar-se-á. Não é importante. Nesta altura do ano são quase todas iguais: 

têm, podadas, as árvores públicas e outras; 

têm, sobretudo nas zonas serranas, o madeiro com restos do fumo que congregou populações; 

têm, descuidadas, prendas de Natal no interior de algumas cortinas;

têm, salientes, no ar tranquilo dos seus habitantes, narizes vermelhos de frio; 

têm, nas palavras, o arroz doce que ficou da Consoada; 

têm, como se ninguém tivesse ouvido noticias na televisão, o semblante sereno da não desgraça;

têm aquele ar feliz da oportunidade Natal.

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