domingo, 10 de março de 2013

Do lido, o sublinhado ( 25 )












in História de Angola (1975) - ed. Afrontamento

"2. A CHEGADA DOS PORTUGUESES

Em 1482, chegaram ao Congo os primeiros portugueses, comandados por Diogo Cão. Estes homens encontraram congoleses e quiseram fazer conhecimento com eles.

Em 1484, Diogo Cão voltou novamente ao Congo e aportou no Porto de Mpinda. (...) O Mani-Soyo viu o poder das armas de fogo dos portugueses. Ele compreendeu também que a religião católica podia ser utilizada pelos Manis do Congo contra o direito comunitário. A religião católica defendia a propriedade individual.

Vendo tudo isso, o Mani-Soyo fez uma aliança com Diogo Cão, baptizou-o, e mandou avisar o rei da maneira como os portugueses podiam ser úteis.

Em 1490, chegaram navios de Portugal ao Porto de Mpinda. Os navios traziam artigos de comércio, presentes do Rei de Portugal ao Rei do Congo, alguns pedreiros para ajudarem a construção de uma Igreja e do Palácio do Rei Nzinga a Nkuvu e alguns padres Franciscanos. Os navios voltaram para Portugal levando escravos, marfim e tecidos do Congo feitos pelos artesãos. Esses tecidos feitos de fibras eram muito bonitos e bons.

3. PRIMEIRAS CONSEQUÊNCIAS

O Rei Nzinga a Kkuvu deixou-se baptizar por conveniência. Ele pensava que a religião católica podia ajudar a conter o Povo Revolucionário. Compreendeu também que os portugueses com os seus canhões eram uma grande força. Essa força podia ser posta ao serviço dos Manis contra as revoluções do Povo e contra os países vizinhos. O Rei baptizou-se e chamou-se D. João I.

Os fidalgos da corte e o filho do Rei, Mbemba Nzinga, que era Mani-Nsundi, também se baptizaram. Mbemba Nzinga foi quem melhor compreendeu as vantagens que os portugueses traziam aos Manis do Congo. Mbemba Nzinga chamou-se D. Afonso.

4. O CONFLITO RELIGIOSO

O herdeiro do trono não era Mbemba Nzinga. Era o sobrinho do Rei, chamado Mpangu a Kitina. O príncipe Mpangu a Kitina recusou o baptismo e recusou a ajuda dos portugueses.

Com essas coisas nasceu no Congo a oposição à política de amizade com os portugueses. Mpangu a Kitina era o chefe dessa oposição. Outros Manis importantes, como o Mani-Vunda, e a maior parte do Povo da capital apoiavam Mpangu a Kitina. O Povo não queria a religião católica. O Povo tinha a sua religião, que era a religião Animista."

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6. O REINADO DE D. AFONSO

Mpangu a Kitina morreu na batalha e D. Afonso ficou rei do Congo. Foi com a ajuda dos portugueses que ele ficou Rei.

D. Afonso não tinha o apoio do Povo.

D. Afonso fez aumentar o negócio da escravatura que os portugueses faziam no Congo. Para que houvesse mais escravos, D. Afonso aumentou as guerras aos vizinhos: os Anzikos, os Panzelungos, os Changalas, a gente de Empalakwati.

Com o aumento do negócio da escravatura, a sociedade congolesa estava a ficar desorganizada e corrompida. Os artesão deixavam de fazer o seu trabalho, porque se tornavam angariadores de escravos. (...) As forças produtivas do Congo estavam a andar para trás.

Os Manis tinham mais poder do que dantes. O imposto que eles cobravam às massas era mais alto. (...) A propriedade colectiva estava a perder o seu valor porque os Manis, homens ricos, agora tinham mais facilidade de fazer herdeiros os seus filhos. Era a força militar dos portugueses e a religião católica que os ajudavam. (...) O Povo andava descontente."

















Do catálogo da exposição patente no Museu Colecção Berardo:

"(...) Edson Chagas retira do contexto antropológico as máscaras
africanas e atribui-lhes uma identidade actual."

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