domingo, 10 de novembro de 2013

reLEMBRAR, em Álvaro Cunhal, a sua Razão


Do lido, o sublinhado (em Dezembro de 1983, sem que a data queira dizer o que a de hoje diz: no Homem, uma Ideia, uma Razão para Ser)


Até Amanhã Camaradas, em nome de um ideal - para uma discussão interminável ...

"- Aqui, como vão as coisas? - perguntou Sagarra.

- Aqui? - repetiu Cavalinho, e tossicou, numa tosse seca e provocada - Aqui é outra loiça, meu amigo. Outra loiça.

E fez uma prolongada pausa, observando o camarada, a gozar a sua ansiedade ante as boas notícias que ia dar-lhe.

Na verdade as notícias eram boas. Naquela localidade, onde um ano atrás o único do Partido era o próprio José Cavalinho, cuja ligação Manuel Rato resistira a dar apesar da insistência de Vaz, havia agora um núcleo considerável de camaradas, dos quais três ferroviários. "Que tal? hã?" - perguntavam constantemente os olhos de José Cavalhinho, enquanto ia falando.

Aproximava-se a hora do comboio. Os dois foram caminhando ao longo do talude que acompanhava a linha desde o barracão até à gare. À despedida, já com a mão do camarada na sua, olhando com simpatia o rosto sardento cortado à machada de José Sagarra e os seus olhos luminosos, José Cavalinho perguntou.

- O amigo está com o Manuel Rato?

- Estou (...) queres alguma coisa para ele? - respondeu José Sagarra (...)"






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