terça-feira, 21 de janeiro de 2014

A contemporaneidade da ruadojardim7

A antiga Comunicação Social e o papel pluralista de um banco de jardim cheio de gente

Visto e ouvido o programa de ontem , na RTP, acerca do papel, actual e futuro, da Comunicação Social, chega-se à conclusão, por exemplo, que ... que Fernando Pessoa, com a sua capacidade plural de expressão, terá sido, de algum modo, o advento dos tempos que agora vivemos e em que, a NET, com  todos os meios ao dispor, sabe tudo, diz tudo, opina acerca de tudo, dispensa tudo, no caso, o que é papel, nomeadamente.




E cá está, por exemplo, e como que por ironia, o banco do jardim a assumir-se como uma das "células base" de toda a velha Comunicação Social. Com efeito, dispensando o papel de jornal, dispensando a rádio e a televisão, no fundo, basta um banco de jardim, estrategicamente colocado, para, no essencial, tudo se saber via NET, disponível, de resto, onde quer que se esteja.Isto é, um banco de jardim bem apetrechado de gente e meios técnicos (leia-se NET e suas ramificações portáteis) pode ser a desgraça da comunicação social clássica ... Basta, como já se solicitou, que daqui se aproximem os saberes pessoais dispersos - nas vias electrónicas portáteis existentes e/ou nos saberes dos seus utentes mais ou menos participativos, como, aliás, ainda ontem aqui se solicitavam antes do debate televisivo de uma RTP, enquanto espécie de intermediária de interesses.

Para quem já esteve no Diário de Notícias, n'O Século, no Jornal Novo, n'A TARDE, n'O DIA e numa revista técnico-pedagógica - a lição é simples: os jornais são todos dispensáveis e o que "está a dar" é um bem apetrechado banco de jardim, enquanto centro de saberes vários veiculados pela NET portátil e pelos seus frequentadores/comentadores, de algum modo, no papel de reinventores de Fernando Pessoa, que era, como ninguém ignora, um caso único de saberes, os mais diversos.

E assim estamos. Na vanguarda da Comunicação, assente, centralizada, num simples banco de jardim, tanto mais útil quanto mais apetrechado de gente com alguns portáteis existentes no meio electrónico. Triste fim para a clássica comunicação social via papel, dir-se-á.

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