Sociedade Nacional de Tipografia - Jornal O Século
Tipo: Fundo Dimensão: c. 44.000 unid. (2800 m) papel e 14 bobines (audiovisual) Datas: 1880-1979
Arquivo Sociedade Nacional
de Tipografia-Jornal O Século |
História:
Fundado, em finais de 1880, no rescaldo das comemorações do tricentenário da morte de Camões, O Século, na sua fase inicial (1880-1896), empenhou-se, sobretudo, na afirmação do projecto republicano. Foi seu primeiro director, o jornalista e advogado, Sebastião Magalhães Lima, o qual fundou o jornal com Anselmo Xavier, advogado, António Pinto Leão de Oliveira, médico, João de Almeida Pinto, jornalista e José Campelo Trigueiros de Martel, proprietário.
Graças à colaboração de uma elite de jornalistas e intelectuais republicanos, a propaganda intensa e desassombrada das colunas do jornal, bem como o ardor da liderança de Magalhães Lima, assente em campanhas demolidoras, como a que ocorreu, em 1881, contra o Tratado de Lourenço Marques, mantiveram elevado o interesse do público pelo periódico, granjeando-lhe, desde o início, imenso sucesso.
Nos finais de oitocentos, em virtude de mudanças ocorridas na propriedade da empresa e de algumas divergências com os seus consócios, José Joaquim da Silva Graça.já então exercendo funções de administrador, tornou-se o sócio maioritário, sucedendo a Magalhães Lima na respectiva direcção.
O novo director, adoptando- uma estratégia de comunicação .4.~assas, direccionadas aos mais diversos tipos de público, soube interagir sobre eles para ganhar, por um lado, a sua adesão à causa republicana, por outro, a-aceitação e expansão do jornal. Introduzindo processos de atracção e de penetração até então desconhecidos em Portugal, como a organização de uma impressionante rede de correspondentes, pela sua abrangência e rapidez de expansão, Silva Graça transformou o diário, em poucos anos, num empreendimento comercial vigoroso, dando azo a novos investimentos e, consequentemente, ao aparecimento de novos suplementos (Humorístico, Modas e Bordados, Brasil e Colónias), edições especiais (publicações de folhetins, Século da Noite) e outras publicações (Almanaque d' O Século, Século Cómico, Ilustração Portuguesa, Os Sports, Século Agrícola). Assim, definindo a matriz d' O Século e a sua identidade cultural a partir da importância atribuída à informação, da preocupação com a diversidade de públicos e da defesa dos cidadãos através de campanhas e da organização de iniciativas de carácter desportivo, cultural e assistencial, Silva Graça ajudou não só a concretizar a República, como a transformar o periódico num grande órgão de informação de 'entre e além fronteiras, cuja divisa, "o jornal de maior circulação em Portugal" passou a ostentar no cabeçalho.
Contudo, atingida a maturidade empresarial, mais precisamente, em 1920, a crise instalou-se na empresa. Na sua origem estiveram, por um lado, as repercussões da violenta campanha contra a Companhia Portugal e Colónias, em que O Século denunciou os abusos monopolistas referentes à questão do pão, e por outro, as divergências entre Silva Graça e seu filho relativamente à orientação do jornal. Tentando tirar partido da crise de liderança que a empresa atravessava, a já referida Companhia investiu numa grande ofensiva para controlar o periódico, acabando por o conseguir, em 1922.
Na posse da Companhia Portugal e Colónias até finais de 1924, e sob a orientação de vários directores, entre os quais Cunha Leal, a viragem na propriedade do jornal processou-se ao ritmo das movimentações políticas que foram ocorrendo na sociedade portuguesa por essa altura. Das várias lutas desencadeadas contra o regime republicano, destacou-se a liderada pela confederação patronal União dos Interesses Económicos, também considerada um espaço privilegiado de oposição ao regime e, meses depois, de conspiração a favor de uma intervenção militar, congregando elementos de outras sensibilidades políticas. Assim, foi num contexto de preparação da opinião pública para a eclosão de um golpe de estado destinado a impor uma ditadura militar que, em Novembro de 1924, João Pereira da Rosa, ex-funcionário d' O Século, desde 1920, Carlos Oliveira, um dos fundadores da organização patronal, e Mosés Amzalak, economista, além de presidente da Associação Comercial de Lisboa e da Comunidade Judaica, adquiriram para a referida organização o jornal O Século e a sua empresa editora, atribuindo a sua direcção ao jornalista e diplomata, Henrique Trindade Coelho, e a administração a João Pereira da Rosa, na qualidade de administrador-delegado.
O reconhecimento do apoio do jornal ao novo regime viria, no entanto, a forçar a saída do seu director. Na sequência do triunfo do 28 de Maio, Trindade Coelho, agastado politicamente por críticas e ofensas de certa imprensa, abandonou a direcção, em Junho de 1926. Nos termos dos estatutos da sociedade comercial editora do jornal, sucedeu-lhe o administrador delegado.
Passados os primeiros meses de mandato do novo director, o conselho de administração da empresa editora, Sociedade Nacional de Tipografia, composto pelo grupo adquirente, definindo atitudes, em notícia divulgada a 10 de Novembro, proclamou a independência do jornal face à União dos Interesses Económicos, clarificando ainda a posse exclusiva da propriedade da empresa, com fundamento nas responsabilidades assumidas no seu processo de aquisição. Várias associações, participantes no processo em causa, sentiram-se então ludibriadas. Destas, destacou-se a Associação Industrial Portuguesa que, liderando o grupo dos queixosos, sustentava que o jornal havia sido comprado para a União dos Interesses Económicos e não para os três.
Instalada a polémica, a questão permaneceu em foco até 1928, sendo seguida com grande entusiasmo pela opinião pública. João Pereira da Rosa, apontado como o mentor e principal beneficiário da operação, aceitou debater o caso. Na Associação Comercial de Lisboa, de Dezembro de 1926 a Janeiro de 1927, as sessões agitadas e tumultuosas das assembleias gerais, presididas por Carlos de Oliveira, sucederam-se. Dois anos depois, a legar às gerações vindouras a sua defesa, João Pereira da Rosa publicou a separata O Caso d' O Século.
Ultrapassada a polémica, e consolidado o regime, a Sociedade Nacional de Tipografia, sob a condução de João Pereira da Rosa, voltou a caracterizar-se por um grande dinamismo empresarial, de acordo com a sua cultura organizacional. Ampliando a rede de correspondentes, melhorando a distribuição e remodelando o parque gráfico, os objectivos passaram a centrar-se na abertura de novas sucursais, na renovação de outras, no desenvolvimento da Editorial O Século, no lançamento de novas publicações (O Cinéfilo, O Século Ilustrado eA Vida Mundial) e, sobretudo, na introdução de novos suplementos e publicações, dirigidos a um público infantil, de que salientamos o popular Pim-Pam-Pum e a revista Joaninha. Mas foi, sem dúvida, graças ao investimento em centenas de iniciativas de diversão, de solidariedade social, de carácter cultural, desportivo e patriótico, levadas a cabo entre 1927 e 1938, que o jornal reforçou a sua popularidade em todo o país. Dessas, a Colónia Balnear Infantil, iniciada, em 1908, e retomada em 1927, em S. Pedro do Estoril, constituiu o corolário de todas as obras que o jornal desenvolveu em prol da causa de protecção à infância desprotegida.
De 1934 a 1938, João Pereira da Rosa, através de um empréstimo contraído à Caixa Geral de Depósitos, conseguiu comprar as acções de Carlos Oliveira e de Mosés Amzalak, reforçando a sua posição na Sociedade Nacional de Tipografia. Em 1938, na qualidade de accionista maioritário, fez entrar os seus dois filhos, Guilherme e Carlos Alberto Pereira da Rosa, para a administração. Estes, condicionados por uma conjuntura política, cada vez menos favorável ao debate das ideias e ao tipo de campanhas movidas pelo Século, enveredaram pela estratégia da diversão pública, organizando e promovendo variadas iniciativas populares e desportivas. Em 1940, aquando da realização da Exposição do Mundo Português, e em 1943, na sequência da instalação da Feira Popular, no Parque da Palhavã, este papel de promotor de múltiplas actividades impôs-se.
Porém, com o recrudescer da oposição, desde o final da guerra, a posição d'O Século começou a revelar alguns indícios de ambiguidade face à continuidade do regime. Essa atitude valeu-lhe o afastamento da organização da Feira Popular, entre 1948 e 1950. Em 1951, retomou a tradição, mantendo-a, até 1956, despedindo-se da Palhavã, nesse ano, por sinal o da ocorrência nela da primeira emissão televisiva.
Para colmatar o vazio deixado pelo encerramento da antiga Feira, principal fonte de receita da Colónia Balnear, a empresa lançou novas iniciativas: Os Salões de Artes Domésticas, em 1957; a Feira de Alvalade, em 1958, promovida com a colaboração do Sporting Club de Portugal; os concursos com a colaboração da Radiotelevisão Portuguesa. Todavia, face a resultados pouco satisfatórios, a organização da Feira Popular acabou por ser retomada, em 1960, no espaço do antigo Mercado Geral do Gado, em Entrecampos, único espaço que a Câmara Municipal de Lisboa se dispôs a licenciar e, ao longo de anos, a prorrogar a autorização. Sem ser o local ideal, foi, no entanto, o recurso que permitiu à empresa fazer face aos encargos de carácter social e aos défices da publicidade do jornal, cada vez mais agravados pela concorrência da rádio e da televisão.
Não obstante as dificuldades, durante a década de cinquenta, O Século conseguiu manter o seu prestígio e popularidade. Através da diversificação de suplementos (Desportivo, Artes e Letras, Vida Feminina, As Voltas que o Mundo dá, Portugal de Lés a Lés), o jornal visou todo tipo de público, reforçando ainda o seu papel de escola de jornalistas.
Após a morte de João Pereira da Rosa, em 1962, sucedeu Guilherme Pereira da Rosa, já então director adjunto, desde 1950. Consciente da difícil situação financeira herdada, e de um contexto político e económico desfavorável, a nova direcção lançou mão a todos os meios para responder aos problemas decorrentes da profunda alteração da imprensa, durante os anos 60, como a concorrência da televisão, as pressões dos grandes grupos económicos e o crescente endividamento à banca, motivado pelas necessidades de investimento na modernização do parque gráfico. Contudo, no início dos anos 70, as estratégias, até então adoptadas, revelaram-se insuficientes para compensar a crescente subida da inflação e das despesas. Sem qualquer apoio governamental e onerado com mais impostos sobre a publicidade, o jornal passou a evidenciar um claro alinhamento com a oposição ao regime marcelista. Em Setembro de 1972, Guilherme Pereira da Rosa, aceitando uma proposta do grupo económico de Jorge Brito, detentor do Banco Intercontinental Português, acedeu a vender a sua posição na Sociedade Nacional de Tipografia.
Para gerir a empresa, numa conjuntura económica complexa, de continuidade da inflação, com subidas das matérias-primas e de custos com pessoal, foi nomeado o chefe adjunto da redacção, Manuel Figueira. Este, ligado ao jornal, desde 1964, foi o primeiro dos últimos directores à frente d' O Século na sua fase terminal. Após a mudança do regime, em 25 de Abril de 1974, assegurou a direcção ainda durante alguns meses. No início de 1975, face ao recrudescer da luta ideológica e partidária no seio da empresa, a qual motivou a expulsão dos seus administradores, acabou por pedir a demissão.
Na sequência daquela atitude, a 14 de Fevereiro de 1975, o Conselho de Ministros nomeou uma nova administração para a Sociedade Nacional de Tipografia, alterando ainda, profundamente, a linha editorial do jornal. A intervenção do Estado, auspiciando, desde logo, o fim da empresa privada, teve como consequências: a perda da independência do periódico; as lutas internas político partidárias; a situação de agravamento económico da empresa, com um acentuado decréscimo de vendas do jornal e restantes publicações; um aumento indirecto das dívidas ao Estado.
Em finais de 1975, com o governo a dar sinal de querer pôr termo à situação deficitária da imprensa dependente do Estado, surgiu o projecto de lei da imprensa estatizada, baptizado com o nome de Almeida Santos, então ministro da Comunicação Social, e, em Julho de 1976, o decreto da nacionalização das posições privadas das empresas. Por força daquele diploma, foi criada a Empresa Pública dos Jornais Século e Popular, constituída em resultado da fusão das sociedades gestoras dos dois jornais: Sociedade Nacional de Tipografia e Sociedade Nacional de Imprensa. Contudo, em virtude do estado de falência técnica e dos problemas herdados de gestões anteriores, aquela empresa cedo foi considerada em situação insustentável e irrecuperável, vindo a ser extinta, em finais de 1979.
Pela direcção d' O Século passaram, nos últimos quatro anos da sua existência, vários directores. Sucederam-se ao ritmo das mutações e vicissitudes dos contextos políticos do momento. Apesar da brevidade dos seus mandatos, registamos, entre outros, os nomes de: Adelino Tavares da Silva, João Gaspar Simões e Manuel Magro.
História custodial e arquivística:
Após a extinção da Empresa Pública Jornal O Século e Popular pelo Decreto-Lei n° 162/79, de 29 de Dezembro, a Comissão Liquidatária ficou obrigada, por via da alínea f) do n" 2 do art" 4° do citado decreto, a preservar a integridade do seu património arquivístico até definição de destino ulterior. Em virtude da situação de impasse, provocada pela liquidação da empresa, esse destino só veio a ser determinado pela Resolução do Conselho de Ministros n° 249/81, de 9 de Dezembro, nos termos do n° 2 do art? 44° do Decreto-Lei n° 260/76, de 8 de Junho - do regime jurídico das empresas públicas -, através da reserva pelo Estado da titularidade de alguns bens - entre os quais os arquivos documental, fotográfico e a biblioteca - com a respectiva compensação dos seus créditos.
A aplicação desta medida, contudo, só foi concretizada, mais tarde, pela Resolução do Conselho de Ministros n? 38/86, de 17 de Maio. Esta, visando acelerar o processo de liquidação da empresa e, simultaneamente, promover a redução do crédito do Estado, autorizou a transmissão, por contrato de dação, de alguns bens da Empresa Pública Jornal O Século e Popular para outras entidades representantes do Estado, como a Direcção Geral do Património, herdeira do imóvel, sede da empresa; a Direcção Geral da Comunicação Social, a quem foi entregue o arquivo fotográfico; o Arquivo Nacional da Torre do Tombo, adquirente do restante património arquivístico e biblioteca.
Embora as diligências para se proceder à transferência da documentação para o Arquivo Nacional da Torre do Tombo tivessem começado, em finais de 1987, por iniciativa da Direcção Geral da Comunicação Social, a incorporação da documentação, por razões de carência de espaço das antigas instalações do Arquivo Nacional, à época, sediado no Palácio de S. Bento, só viria a realizar-se - devido a diversos trabalhos de preparação da transferência e à dispersão e desorganização da documentação, submetida a diversas mudanças de instalação, por motivo de obras e de necessidade de utilização dos espaços da extinta empresa para serviços da Secretaria de Estado da Qualidade e Ambiente - de forma faseada, entre finais de 1990 e princípios de 1994.
O arquivo fotográfico do jornal, adquirido igualmente pelo Estado, em 1986, foi incorporado, em Dezembro de 1988, na Fototeca do Palácio Foz, ficando na dependência da Direcção da Comunicação Social.
Com a extinção da Direcção Geral da Comunicação Social, em 1992, a Fototeca do Palácio Foz passou para a tutela da Secretaria Geral da Presidência do Conselho de Ministros. Em virtude da revisão da Lei Orgânica da referida Secretaria Geral, em Agosto de 1997, e ao abrigo do art. 18-A do Decreto-Lei n° 227/97 de 30 de Agosto, a Fototeca transitou para o Ministério da Cultura. Temporariamente na dependência da Secretaria Geral deste Ministério, foi integrada, no início de 1999, no recém-criado Arquivo de Fotografia de Lisboa do Centro Português de Fotografia. Como consequência desta mudança, todo o património fotográfico da Fototeca, incluindo o do jornal O Século, foi transferido, em Março desse ano, do Palácio Foz para as instalações dos Arquivos Nacionais / Torre do Tombo, onde, actualmente, funciona a título provisório o Arquivo de Fotografia de Lisboa / do Centro Português de Fotografia.
Graças à colaboração de uma elite de jornalistas e intelectuais republicanos, a propaganda intensa e desassombrada das colunas do jornal, bem como o ardor da liderança de Magalhães Lima, assente em campanhas demolidoras, como a que ocorreu, em 1881, contra o Tratado de Lourenço Marques, mantiveram elevado o interesse do público pelo periódico, granjeando-lhe, desde o início, imenso sucesso.
Nos finais de oitocentos, em virtude de mudanças ocorridas na propriedade da empresa e de algumas divergências com os seus consócios, José Joaquim da Silva Graça.já então exercendo funções de administrador, tornou-se o sócio maioritário, sucedendo a Magalhães Lima na respectiva direcção.
O novo director, adoptando- uma estratégia de comunicação .4.~assas, direccionadas aos mais diversos tipos de público, soube interagir sobre eles para ganhar, por um lado, a sua adesão à causa republicana, por outro, a-aceitação e expansão do jornal. Introduzindo processos de atracção e de penetração até então desconhecidos em Portugal, como a organização de uma impressionante rede de correspondentes, pela sua abrangência e rapidez de expansão, Silva Graça transformou o diário, em poucos anos, num empreendimento comercial vigoroso, dando azo a novos investimentos e, consequentemente, ao aparecimento de novos suplementos (Humorístico, Modas e Bordados, Brasil e Colónias), edições especiais (publicações de folhetins, Século da Noite) e outras publicações (Almanaque d' O Século, Século Cómico, Ilustração Portuguesa, Os Sports, Século Agrícola). Assim, definindo a matriz d' O Século e a sua identidade cultural a partir da importância atribuída à informação, da preocupação com a diversidade de públicos e da defesa dos cidadãos através de campanhas e da organização de iniciativas de carácter desportivo, cultural e assistencial, Silva Graça ajudou não só a concretizar a República, como a transformar o periódico num grande órgão de informação de 'entre e além fronteiras, cuja divisa, "o jornal de maior circulação em Portugal" passou a ostentar no cabeçalho.
Contudo, atingida a maturidade empresarial, mais precisamente, em 1920, a crise instalou-se na empresa. Na sua origem estiveram, por um lado, as repercussões da violenta campanha contra a Companhia Portugal e Colónias, em que O Século denunciou os abusos monopolistas referentes à questão do pão, e por outro, as divergências entre Silva Graça e seu filho relativamente à orientação do jornal. Tentando tirar partido da crise de liderança que a empresa atravessava, a já referida Companhia investiu numa grande ofensiva para controlar o periódico, acabando por o conseguir, em 1922.
Na posse da Companhia Portugal e Colónias até finais de 1924, e sob a orientação de vários directores, entre os quais Cunha Leal, a viragem na propriedade do jornal processou-se ao ritmo das movimentações políticas que foram ocorrendo na sociedade portuguesa por essa altura. Das várias lutas desencadeadas contra o regime republicano, destacou-se a liderada pela confederação patronal União dos Interesses Económicos, também considerada um espaço privilegiado de oposição ao regime e, meses depois, de conspiração a favor de uma intervenção militar, congregando elementos de outras sensibilidades políticas. Assim, foi num contexto de preparação da opinião pública para a eclosão de um golpe de estado destinado a impor uma ditadura militar que, em Novembro de 1924, João Pereira da Rosa, ex-funcionário d' O Século, desde 1920, Carlos Oliveira, um dos fundadores da organização patronal, e Mosés Amzalak, economista, além de presidente da Associação Comercial de Lisboa e da Comunidade Judaica, adquiriram para a referida organização o jornal O Século e a sua empresa editora, atribuindo a sua direcção ao jornalista e diplomata, Henrique Trindade Coelho, e a administração a João Pereira da Rosa, na qualidade de administrador-delegado.
O reconhecimento do apoio do jornal ao novo regime viria, no entanto, a forçar a saída do seu director. Na sequência do triunfo do 28 de Maio, Trindade Coelho, agastado politicamente por críticas e ofensas de certa imprensa, abandonou a direcção, em Junho de 1926. Nos termos dos estatutos da sociedade comercial editora do jornal, sucedeu-lhe o administrador delegado.
Passados os primeiros meses de mandato do novo director, o conselho de administração da empresa editora, Sociedade Nacional de Tipografia, composto pelo grupo adquirente, definindo atitudes, em notícia divulgada a 10 de Novembro, proclamou a independência do jornal face à União dos Interesses Económicos, clarificando ainda a posse exclusiva da propriedade da empresa, com fundamento nas responsabilidades assumidas no seu processo de aquisição. Várias associações, participantes no processo em causa, sentiram-se então ludibriadas. Destas, destacou-se a Associação Industrial Portuguesa que, liderando o grupo dos queixosos, sustentava que o jornal havia sido comprado para a União dos Interesses Económicos e não para os três.
Instalada a polémica, a questão permaneceu em foco até 1928, sendo seguida com grande entusiasmo pela opinião pública. João Pereira da Rosa, apontado como o mentor e principal beneficiário da operação, aceitou debater o caso. Na Associação Comercial de Lisboa, de Dezembro de 1926 a Janeiro de 1927, as sessões agitadas e tumultuosas das assembleias gerais, presididas por Carlos de Oliveira, sucederam-se. Dois anos depois, a legar às gerações vindouras a sua defesa, João Pereira da Rosa publicou a separata O Caso d' O Século.
Ultrapassada a polémica, e consolidado o regime, a Sociedade Nacional de Tipografia, sob a condução de João Pereira da Rosa, voltou a caracterizar-se por um grande dinamismo empresarial, de acordo com a sua cultura organizacional. Ampliando a rede de correspondentes, melhorando a distribuição e remodelando o parque gráfico, os objectivos passaram a centrar-se na abertura de novas sucursais, na renovação de outras, no desenvolvimento da Editorial O Século, no lançamento de novas publicações (O Cinéfilo, O Século Ilustrado eA Vida Mundial) e, sobretudo, na introdução de novos suplementos e publicações, dirigidos a um público infantil, de que salientamos o popular Pim-Pam-Pum e a revista Joaninha. Mas foi, sem dúvida, graças ao investimento em centenas de iniciativas de diversão, de solidariedade social, de carácter cultural, desportivo e patriótico, levadas a cabo entre 1927 e 1938, que o jornal reforçou a sua popularidade em todo o país. Dessas, a Colónia Balnear Infantil, iniciada, em 1908, e retomada em 1927, em S. Pedro do Estoril, constituiu o corolário de todas as obras que o jornal desenvolveu em prol da causa de protecção à infância desprotegida.
De 1934 a 1938, João Pereira da Rosa, através de um empréstimo contraído à Caixa Geral de Depósitos, conseguiu comprar as acções de Carlos Oliveira e de Mosés Amzalak, reforçando a sua posição na Sociedade Nacional de Tipografia. Em 1938, na qualidade de accionista maioritário, fez entrar os seus dois filhos, Guilherme e Carlos Alberto Pereira da Rosa, para a administração. Estes, condicionados por uma conjuntura política, cada vez menos favorável ao debate das ideias e ao tipo de campanhas movidas pelo Século, enveredaram pela estratégia da diversão pública, organizando e promovendo variadas iniciativas populares e desportivas. Em 1940, aquando da realização da Exposição do Mundo Português, e em 1943, na sequência da instalação da Feira Popular, no Parque da Palhavã, este papel de promotor de múltiplas actividades impôs-se.
Porém, com o recrudescer da oposição, desde o final da guerra, a posição d'O Século começou a revelar alguns indícios de ambiguidade face à continuidade do regime. Essa atitude valeu-lhe o afastamento da organização da Feira Popular, entre 1948 e 1950. Em 1951, retomou a tradição, mantendo-a, até 1956, despedindo-se da Palhavã, nesse ano, por sinal o da ocorrência nela da primeira emissão televisiva.
Para colmatar o vazio deixado pelo encerramento da antiga Feira, principal fonte de receita da Colónia Balnear, a empresa lançou novas iniciativas: Os Salões de Artes Domésticas, em 1957; a Feira de Alvalade, em 1958, promovida com a colaboração do Sporting Club de Portugal; os concursos com a colaboração da Radiotelevisão Portuguesa. Todavia, face a resultados pouco satisfatórios, a organização da Feira Popular acabou por ser retomada, em 1960, no espaço do antigo Mercado Geral do Gado, em Entrecampos, único espaço que a Câmara Municipal de Lisboa se dispôs a licenciar e, ao longo de anos, a prorrogar a autorização. Sem ser o local ideal, foi, no entanto, o recurso que permitiu à empresa fazer face aos encargos de carácter social e aos défices da publicidade do jornal, cada vez mais agravados pela concorrência da rádio e da televisão.
Não obstante as dificuldades, durante a década de cinquenta, O Século conseguiu manter o seu prestígio e popularidade. Através da diversificação de suplementos (Desportivo, Artes e Letras, Vida Feminina, As Voltas que o Mundo dá, Portugal de Lés a Lés), o jornal visou todo tipo de público, reforçando ainda o seu papel de escola de jornalistas.
Após a morte de João Pereira da Rosa, em 1962, sucedeu Guilherme Pereira da Rosa, já então director adjunto, desde 1950. Consciente da difícil situação financeira herdada, e de um contexto político e económico desfavorável, a nova direcção lançou mão a todos os meios para responder aos problemas decorrentes da profunda alteração da imprensa, durante os anos 60, como a concorrência da televisão, as pressões dos grandes grupos económicos e o crescente endividamento à banca, motivado pelas necessidades de investimento na modernização do parque gráfico. Contudo, no início dos anos 70, as estratégias, até então adoptadas, revelaram-se insuficientes para compensar a crescente subida da inflação e das despesas. Sem qualquer apoio governamental e onerado com mais impostos sobre a publicidade, o jornal passou a evidenciar um claro alinhamento com a oposição ao regime marcelista. Em Setembro de 1972, Guilherme Pereira da Rosa, aceitando uma proposta do grupo económico de Jorge Brito, detentor do Banco Intercontinental Português, acedeu a vender a sua posição na Sociedade Nacional de Tipografia.
Para gerir a empresa, numa conjuntura económica complexa, de continuidade da inflação, com subidas das matérias-primas e de custos com pessoal, foi nomeado o chefe adjunto da redacção, Manuel Figueira. Este, ligado ao jornal, desde 1964, foi o primeiro dos últimos directores à frente d' O Século na sua fase terminal. Após a mudança do regime, em 25 de Abril de 1974, assegurou a direcção ainda durante alguns meses. No início de 1975, face ao recrudescer da luta ideológica e partidária no seio da empresa, a qual motivou a expulsão dos seus administradores, acabou por pedir a demissão.
Na sequência daquela atitude, a 14 de Fevereiro de 1975, o Conselho de Ministros nomeou uma nova administração para a Sociedade Nacional de Tipografia, alterando ainda, profundamente, a linha editorial do jornal. A intervenção do Estado, auspiciando, desde logo, o fim da empresa privada, teve como consequências: a perda da independência do periódico; as lutas internas político partidárias; a situação de agravamento económico da empresa, com um acentuado decréscimo de vendas do jornal e restantes publicações; um aumento indirecto das dívidas ao Estado.
Em finais de 1975, com o governo a dar sinal de querer pôr termo à situação deficitária da imprensa dependente do Estado, surgiu o projecto de lei da imprensa estatizada, baptizado com o nome de Almeida Santos, então ministro da Comunicação Social, e, em Julho de 1976, o decreto da nacionalização das posições privadas das empresas. Por força daquele diploma, foi criada a Empresa Pública dos Jornais Século e Popular, constituída em resultado da fusão das sociedades gestoras dos dois jornais: Sociedade Nacional de Tipografia e Sociedade Nacional de Imprensa. Contudo, em virtude do estado de falência técnica e dos problemas herdados de gestões anteriores, aquela empresa cedo foi considerada em situação insustentável e irrecuperável, vindo a ser extinta, em finais de 1979.
Pela direcção d' O Século passaram, nos últimos quatro anos da sua existência, vários directores. Sucederam-se ao ritmo das mutações e vicissitudes dos contextos políticos do momento. Apesar da brevidade dos seus mandatos, registamos, entre outros, os nomes de: Adelino Tavares da Silva, João Gaspar Simões e Manuel Magro.
História custodial e arquivística:
Após a extinção da Empresa Pública Jornal O Século e Popular pelo Decreto-Lei n° 162/79, de 29 de Dezembro, a Comissão Liquidatária ficou obrigada, por via da alínea f) do n" 2 do art" 4° do citado decreto, a preservar a integridade do seu património arquivístico até definição de destino ulterior. Em virtude da situação de impasse, provocada pela liquidação da empresa, esse destino só veio a ser determinado pela Resolução do Conselho de Ministros n° 249/81, de 9 de Dezembro, nos termos do n° 2 do art? 44° do Decreto-Lei n° 260/76, de 8 de Junho - do regime jurídico das empresas públicas -, através da reserva pelo Estado da titularidade de alguns bens - entre os quais os arquivos documental, fotográfico e a biblioteca - com a respectiva compensação dos seus créditos.
A aplicação desta medida, contudo, só foi concretizada, mais tarde, pela Resolução do Conselho de Ministros n? 38/86, de 17 de Maio. Esta, visando acelerar o processo de liquidação da empresa e, simultaneamente, promover a redução do crédito do Estado, autorizou a transmissão, por contrato de dação, de alguns bens da Empresa Pública Jornal O Século e Popular para outras entidades representantes do Estado, como a Direcção Geral do Património, herdeira do imóvel, sede da empresa; a Direcção Geral da Comunicação Social, a quem foi entregue o arquivo fotográfico; o Arquivo Nacional da Torre do Tombo, adquirente do restante património arquivístico e biblioteca.
Embora as diligências para se proceder à transferência da documentação para o Arquivo Nacional da Torre do Tombo tivessem começado, em finais de 1987, por iniciativa da Direcção Geral da Comunicação Social, a incorporação da documentação, por razões de carência de espaço das antigas instalações do Arquivo Nacional, à época, sediado no Palácio de S. Bento, só viria a realizar-se - devido a diversos trabalhos de preparação da transferência e à dispersão e desorganização da documentação, submetida a diversas mudanças de instalação, por motivo de obras e de necessidade de utilização dos espaços da extinta empresa para serviços da Secretaria de Estado da Qualidade e Ambiente - de forma faseada, entre finais de 1990 e princípios de 1994.
O arquivo fotográfico do jornal, adquirido igualmente pelo Estado, em 1986, foi incorporado, em Dezembro de 1988, na Fototeca do Palácio Foz, ficando na dependência da Direcção da Comunicação Social.
Com a extinção da Direcção Geral da Comunicação Social, em 1992, a Fototeca do Palácio Foz passou para a tutela da Secretaria Geral da Presidência do Conselho de Ministros. Em virtude da revisão da Lei Orgânica da referida Secretaria Geral, em Agosto de 1997, e ao abrigo do art. 18-A do Decreto-Lei n° 227/97 de 30 de Agosto, a Fototeca transitou para o Ministério da Cultura. Temporariamente na dependência da Secretaria Geral deste Ministério, foi integrada, no início de 1999, no recém-criado Arquivo de Fotografia de Lisboa do Centro Português de Fotografia. Como consequência desta mudança, todo o património fotográfico da Fototeca, incluindo o do jornal O Século, foi transferido, em Março desse ano, do Palácio Foz para as instalações dos Arquivos Nacionais / Torre do Tombo, onde, actualmente, funciona a título provisório o Arquivo de Fotografia de Lisboa / do Centro Português de Fotografia.
Descrição:
O fundo documental, testemunhando a actividade da empresa durante a 'sua quase secular existência, é constituído fundamentalmente pelos arquivos administrativo e da redacção, integrando ainda a Biblioteca e a Hemeroteca.
O arquivo administrativo, compreendendo documentação da Administração e das Direcções de Serviço de Produção, Administrativos e Comerciais, é o que melhor evidencia o impacto da actividade empresarial, sobretudo entre os anos 30 e 70.
No que respeita à Administração, é de salientar a definição da política da empresa, sintetizada nas Actas da Direcção e da Assembleia Geral e ainda uma colecção de Cortes de Imprensa (1922-1968) com referências ao Século, a João e Carlos Alberto Pereira da Rosa, assinalando os factos e as questões mais significativas da história do jornal. As direcções de serviço, reunindo documentação referente à gestão de cada uma das suas funções, fornecem informação sobre a execução e coordenação da política empresarial. Assim, a Direcção de Serviços Administrativos congrega, sobretudo, séries documentais das áreas da contabilidade, do aprovisionamento e da administração das sucursais, abarcando ainda documentação resultante de outras explorações como a Feira Popular, entidade financiadora da Colónia Balnear O Século. Na Direcção de Serviços de Produção, ganham particular relevo as séries ligadas a todo o expediente da produção do jornal e restantes publicações periódicas. Relativamente à Direcção de Serviços Comerciais, é de destacar a documentação relacionada com a distribuição, assinaturas, expedição, publicidade e venda das publicações periódicas e da Editorial Século, através de uma vasta rede de agentes, no país e no estrangeiro, bem como a respeitante às múltiplas iniciativas de publicidade e de marketing, desde a angariação publicitária, passando pelos populares concursos e festas, até à participação na organização de eventos comemorativos.
O arquivo da Redacção, revelando os contactos, a dinâmica, o controlo da produção da notícia e a sua censura - contém séries documentais como copiadores de correspondência, registo de notícias e de artigos publicados, notícias de correspondentes no estrangeiro e Cortes da Censura -, integra ainda material de apoio ao trabalho do jornalista, através de uma colecção de recortes de imprensa - temática e de individualidades - e de um ficheiro de páginas internacionais, recolhendo informação de países, conferências, congressos entre outros assuntos. A Biblioteca igualmente com funções subsidiárias ao trabalho da redacção das várias publicações da empresa, conta com cerca de 40.000 volumes, incluindo algumas publicações da Editorial O Século, sobre os mais diversos temas, e ainda com um arquivo constituído por relações de livros recebidos.
Por último, a Hemeroteca, evidenciando o resultado da principal actividade desenvolvida pela empresa, compreende as colecções do jornal O Século - quase completa, faltando apenas os últimos números - com compilações de alguns dos seus suplementos e das restantes publicações periódicas da empresa, como O Almanaque, A Ilustração Portuguesa, O Século Agrícola, O Sports, Modas e Bordados, O Cinéfilo, O Século Ilustrado, A vida Mundia, O Jacto.
O arquivo administrativo, compreendendo documentação da Administração e das Direcções de Serviço de Produção, Administrativos e Comerciais, é o que melhor evidencia o impacto da actividade empresarial, sobretudo entre os anos 30 e 70.
No que respeita à Administração, é de salientar a definição da política da empresa, sintetizada nas Actas da Direcção e da Assembleia Geral e ainda uma colecção de Cortes de Imprensa (1922-1968) com referências ao Século, a João e Carlos Alberto Pereira da Rosa, assinalando os factos e as questões mais significativas da história do jornal. As direcções de serviço, reunindo documentação referente à gestão de cada uma das suas funções, fornecem informação sobre a execução e coordenação da política empresarial. Assim, a Direcção de Serviços Administrativos congrega, sobretudo, séries documentais das áreas da contabilidade, do aprovisionamento e da administração das sucursais, abarcando ainda documentação resultante de outras explorações como a Feira Popular, entidade financiadora da Colónia Balnear O Século. Na Direcção de Serviços de Produção, ganham particular relevo as séries ligadas a todo o expediente da produção do jornal e restantes publicações periódicas. Relativamente à Direcção de Serviços Comerciais, é de destacar a documentação relacionada com a distribuição, assinaturas, expedição, publicidade e venda das publicações periódicas e da Editorial Século, através de uma vasta rede de agentes, no país e no estrangeiro, bem como a respeitante às múltiplas iniciativas de publicidade e de marketing, desde a angariação publicitária, passando pelos populares concursos e festas, até à participação na organização de eventos comemorativos.
O arquivo da Redacção, revelando os contactos, a dinâmica, o controlo da produção da notícia e a sua censura - contém séries documentais como copiadores de correspondência, registo de notícias e de artigos publicados, notícias de correspondentes no estrangeiro e Cortes da Censura -, integra ainda material de apoio ao trabalho do jornalista, através de uma colecção de recortes de imprensa - temática e de individualidades - e de um ficheiro de páginas internacionais, recolhendo informação de países, conferências, congressos entre outros assuntos. A Biblioteca igualmente com funções subsidiárias ao trabalho da redacção das várias publicações da empresa, conta com cerca de 40.000 volumes, incluindo algumas publicações da Editorial O Século, sobre os mais diversos temas, e ainda com um arquivo constituído por relações de livros recebidos.
Por último, a Hemeroteca, evidenciando o resultado da principal actividade desenvolvida pela empresa, compreende as colecções do jornal O Século - quase completa, faltando apenas os últimos números - com compilações de alguns dos seus suplementos e das restantes publicações periódicas da empresa, como O Almanaque, A Ilustração Portuguesa, O Século Agrícola, O Sports, Modas e Bordados, O Cinéfilo, O Século Ilustrado, A vida Mundia, O Jacto.
Organização:
Devido à desorganização e dispersão da documentação, provocada pela instabilidade de funcionamento da empresa nos últimos anos e, posteriormente, por sucessivas mudanças de instalações, o tratamento arquivistico, levado a cabo até ao momento, tem visado a apreensão da ordem e organização original do fundo, tendo em vista reconstituir o sistema de classificação orgânico-funcional da empresa.
Notas:
Em virtude da documentação do arquivo administrativo não ter sido submetida a uma avaliação prévia à sua incorporação, por motivos relacionados com a urgência da necessidade do Estado dispor do imóvel para obras, foi iniciado, em meados de 1998, um processo extraordinário de avaliação, com o objectivo de aferir a documentação com valor informativo.
Por razões alheias à vontade do ANTT, nomeadamente a contínua saída de pessoal especializado, não reposto, a prioridade de tratamento de outros fundos e outras actividades, o referido processo foi interrompido, em meados de 2000, tendo sido retomado em Janeiro de 2004.
Por razões alheias à vontade do ANTT, nomeadamente a contínua saída de pessoal especializado, não reposto, a prioridade de tratamento de outros fundos e outras actividades, o referido processo foi interrompido, em meados de 2000, tendo sido retomado em Janeiro de 2004.
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