Ú L T I M A H O R A
1. Tendo tomado conhecimento de que uma das rubricas em que não houve acordo "entre as partes" foi a respeitante às despesas com material de escritório, sugere-se que, num gesto simbólico de boa vontade, os portugueses entreguem, com urgência, ao Governo o eventual "stock" de esferográficas, lápis, canetas e outros materiais de consumo corrente que lhes tenham sido oferecidos com fins exclusivamente publicitários;
2. Para obviar à compra de imóveis, perdão, à compra de móveis, alvitra-se a entrega às autoridades de todos os monos que cada português possa ter a ocupar espaço em suas casas. Evitar-se-iam deste modo, por um lado, gastos com a respectiva recolha pública e, mais importante, ficaria mais rico o nacional património mobiliário, m o b i l i á r i o;
3. Para quem utiliza pouco o seu carro utilitário, propõe-se a respectiva permuta temporária com os brutos carros do Estado, aliviando deste modo o erário público e dando, de vez em quando, aos privados de tudo o usufruto episódico de uma bomba (carro de alta cilindrada, claro);
4. Faz-se notar que, nos transportes públicos de todo o país, deveriam ser garantidos lugares sentados aos membros do Governo que, num gesto de grande abertura democrática, optassem por esse meio para as suas deslocações de rotina;
5. Mais se propõe: sejam reabilitados todos os fontanários do país para que se possa perceber inequivocamente quem é que, afinal, mete água;
6. Por parecer democrático, aconselha-se que as reuniões informais entre governantes se passem a fazer, não em instalações com altos custos de funcionamento, mas, por exemplo, sempre que não haja, por exemplo, o incómodo do peixe, à porta fechada, no Mercado da Ribeira ou congénere;
7. Finalmente, talvez não fosse má ideia incentivar, a nível autárquico, a realização de quermesses a favor do Estado.
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