No centro da mole humana, José olhou à volta e, como que por encanto, sentiu-se fascinado pela beleza tranquila de Maria, que, ali perto, distraida, olhava o céu radioso que, naquele amanhecer sorria à urbe atarefada. Aproximou-se, esboçou um sorriso e... e meteu conversa com a jovem. Falaram então de flores, do brilho do sol, dos encantos da natureza, do sorriso das crianças. Trocaram olhares.
Cheirava a Primavera.
José convidou, então, Maria a sentar-se à sua beira.
Sentaram-se. Sem dizer palavra. Estavam enamorados.
Não tardou o casamento. Feliz, como se imagina. Tão feliz, tão interior, que, apesar da escassez de meios, não tardou que, cerca de nove meses depois do enlace, rebentassem as águas a Maria e...e a família passasse a contar com mais um sorriso, o do menino a que, logo ali, enquanto aguardava o baptizado, chamaram Jesus.
Foi um acontecimento em toda a região.
Do indisfarçável amor da primeira hora, em tempos difíceis, mais notado do que, eventualmente, tinha parecido, correra mundo... Não se falava de outra coisa entre mercadores, soldados, pastores, reis...
Guerra, disputas, como que por magia, haviam, entretanto, deixado de ser tema. O casal José (ele,carpinteiro de profissão, dizem) e Maria (e agora o menino Jesus) concentrava todas as atenções. Acontecera, digo eu, talvez um dos primeiros grandes, grandes amores entre um homem e uma mulher. Quiçá, o mais lido e tão importante, tão importante que, hoje, para milhões e milhões, é sinónimo de fé.
Houve quem, conhecendo as famílias, impressionado com tanto e tão transparente amor, tenha ficado à espera de voltar a ver o casal no meio da multidão.
Mas muitos foram também os que, entretanto, quiseram materializar o seu encanto com oferendas, as mais diversas. Até reis, imagine-se, os procuraram, como que a prestar homenagem a uma nova hierarquia de valores - de que, aliás, mais de 2000 anos passados, ainda se fala.
Festejam-se, por exemplo, neste, dia 6, os Reis. O Dia de Reis, que é dia de os reis prestarem homenagem à humildade. Ao sorriso dos simples, que viveram numa cabana - donde, por estranho que pareça, tiveram que fugir aos maus que, já naquele tempo, apesar de minoritários, guerreavam sorrisos alheios.Como agora por vezes acontece onde menos se espera.Em Jerusalém, por exemplo. A dois passos de Belém, onde nasceu o menino Jesus - do Amor Inocente.
Nota: há outras versões para esta história de Amor. Mas os tempos (casar não é pecado) sublinham-me esta que trazia na cabeça...
...que, atento e simpático, Eduardo Ferreira, lembrou que os "posts" do meu blogue poderiam gerar um novo livro.Recordou o "Conversas Diferentes", por exemplo, e deixou-me abraços.
ResponderEliminarBem-hajas, Eduardo Ferreira! Pode ser que venha a acontecer quando eu só já tiver cabelos brancos e apareça um editor que não esteja falido...Mas é uma hipótese, claro.O FACEBOOK, onde inseriste a tua mensagem, tem tanta gente boa (e competente, penso eu) que...Um abraço para ti e para os teus companheiros.
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