Passo. Passo, mas... o que é isto?... Que raio de montra!..., gagajo de mim para mim. Uma estatueta de madeira... S. Francisco de Assis?...
Lembro-me da Feira da Ladra, em Lisboa e...
- Ó, você aí, por favô... Quanto custa o boneco de madeira que está ali na montra? Aquele... - e aponto.
- Qual?...
- Aquele que tem os braços partidos, partidos ou levantados... Cheios de pó... - desvalorizo.
- É o S. Francisco de Assis ... De boa madeira...
- Mas está tão...
- É assim!... São...
Lá me disse o valor. Não me lembro, mas, para a história se perceber, vou usar a unidade 100. Discuto um pouco...
- Está bem! Vou num instante buscar dinheiro... Já volto...
- Faça favô...
E, sem lhe tirar o pó, foi pôr "a coisa" de novo na montra.
Não disse onde ia buscar o dinheiro (hotel faria subir o preço...) e ... e, passadas cerca de duas horas, voltei para concretizar a compra.
- É o boneco de madeira, fá favô... Quanto é?...
- 150!
- 150?... Mas ainda agora me pediu 100...
A minha "demora" revelou-lhe eventual procura. E procura faz subir...
- 100?...
- Sim!...
- Tá bem. Não me lembro, mas... mas pode levá-lo.
Fiquei a pensar na consequências das leis da oferta e da procura e aqui têm o S. Francisco de Assis, das andorinhas (ver "post" anterior), por mim libertado do lixo de uma montra caótica do centro de uma das cidades do mundo que mais cresce - ou crescia, que isto deu-se há um bom par de anos.
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