sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Geografia - Viajemos com Mozart 3












" (...) Salzburg-cidade. Salzburg-gente. Salzburg-cidade-gente: uma mesma paisagem. Um mesmo berço. Na maneira de viver, na graça de vestir, na glória de existir. Na humildade triunfante do ser grande, semelhando não passar de uma casinha de bonecas da infância da minha filha.

Ninguém nega que "Os Pequenos Nadas", de Mozart, são uma delícia. Pois, "Os Pequenos Nadas", por muito que tenham sido obrigados a ser parisienses, estão na Salzburg de hoje. A cidade, com efeito, é isso mesmo: o enlevo tocante de muitas pequenas coisas juntas que obrigam os nossos olhos a assumir o papel de abelhas face às flores, poisando ora numa ora noutra, recolhendo o néctar que, mais tarde, tentaremos, cada um à sua maneira, transformar em mel com que enfrentaremos o fumo das fábricas da civilização industrial que nos dá o pão por um lado e no-lo rouba por outro.

Há lugares no mundo que deveria ser "proibido" morrer sem se verem. Se isso fosse possível e quem mandasse fosse eu - Salzburg seria eleito. Mas os desígnios de Deus são, como se diz, insondáveis e, embora, quanto a mim, "tarde", fizeram ali nascer Mozart. E ao dar este génio ao Mundo e aos vulgares mortais deste planeta a possibilidade de reproduzirem a sua música, trouxe Salzburg até casa de cada um. A tal ponto que um distraído conhecedor da cidade poderia ser levado a interrogar-se, sem querer ouvir rococó e coisas do género, se era Salbzburg que tinha dado à luz Mozart, se era Mozart que, como por magia, teria feito "sair" da sua música a idilica paisagem de Salzburg.

Façamos todos, por isso, uma acessível viagem àquele "santuário": oiçamos Mozart de olhos fechados."

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