Oportunamente, a Europa que dizia ter um projecto europeu escreveu-nos e disse, qual parente brasileiro de outras eras:
"Não se preocupem com as couves, com as pescas (terá citado várias coisas de que não me lembro, mas sei que citou), que nós estamos a pensar, aqui nos arredores de Bruxelas e noutros pontos estratégicos, reunir forças e financiamentos que hão-de chegar para "todos os europeus" do nosso mercado. Tomem boa nota e abatam o que, nesta base comunitária que nos abraça, possa significar excesso e produzam apenas o que fizer falta ao Mercado Comum Europeu, visto no seu todo. Em compensação, abram estradas, melhorem os vossos portos, em suma, facilitem o trânsito de tudo o que tiver a nossa bandeira comum."
Ora, Portugal, que não tinha estradas, que não tinha uma série de contrapartidas que lhe estavam a prometer (acordo firmado com testemunhas de toda a parte. O Dr. Mário Soares, por exemplo, lembrar-se-á disto muito bem ...), "alinhou". Eu próprio, na altura ligado ao têxtil, lembro-me de ter tentado dar de mim os melhores argumentos para que viesse o dinheiro que nos faltava, no caso, para formação profissional.
E foi o que se sabe: os euros foram chegando e nós, alegremente, demos-lhe, mais ou menos, sem traições significativas, o destino que, subscrito com assinatura reconhecida, tínhamos jurado.
Acontece que, com o andar dos tempos ... ( o resto da história está aí contado por todo o lado, inclusivé, nesta invenção contemporânea que é a INTERNET). E, aliás, não vale a pena chorar sobre o leite derramado ...
É fácil arranjar agora culpados, quando a verdade é que, esses, o fomos TODOS, quando, em devido tempo, não nos manifestámos contra, por exemplo, no Terreiro do Paço, ali, onde é o Ministério, ou "mistério", de tudo.
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