“Sinergia-Unitygate”, a nova exposição de fotografia de António Mil-Homens, ocupa a Galeria de Arte do Casino Lisboa até 7 de Outubro. Uma série de outras iniciativas, estreita, por estes dias, as relações culturais entre Portugal e Macau.
“Sinergia pretende ser uma sugestão visual, da ponte cultural Unitygate, já na sua quarta edição, utilizando figurativamente dois elementos femininos: Si Teng Hong, que é a minha companheira, e Sandra Battaglia, fundadora da Amálgama Companhia de Dança e mentora da Unitygate, fotografadas por mim em Macau e Lisboa. Este conjunto das duas figuras ocorreu-me como símbolo da união destas culturas oriental e ocidental”. Assim apresenta o fotógrafo António Mil-Homens a exposição que, até 7 de Outubro, ocupa a Galeria de Arte do Casino Lisboa, na capital portuguesa.
Presentes estão “15 fotografias impressas, e um vídeo que passa em loop em dois lcd’s com mais de 160 fotografias relativas à mesma série”, conta Mil-Homens, cada vez mais decidido em apostar na linguagem do retrato. O projecto Unitygate, da autoria da Amálgama Companhia de Dança, nasce de uma organização partilhada entre entidades sino-lusas e resulta de um percurso com ligações a Macau, desenvolvido desde 2011, no âmbito de uma colaboração com o Governo da RAEM.
Não se esgotam, ainda assim, na exposição de António Mil-Homens, as pontes artísticas e culturais que por estes dias, e nas próximas semanas, ligam Portugal e Macau. Ainda no Casino Lisboa, o Auditório dos Oceanos recebe hoje “Crossing Bridge”, um espectáculo de dança, música e multimédia, protagonizado por artistas e companhias sino-lusos. A iniciativa resulta de uma parceria criativa que integra os colectivos Soda City Experimental Workshop Arts Association, de Macau, a Amálgama Companhia de Dança, a Stella & Artists, a Dancecology e a Casa de Goa, e que conta ainda com a participação de alunos da Escola Superior de Dança (ESD) de Lisboa. Num dos momentos do espectáculo, a companhia Soda City, da RAEM, leva a palco um excerto da peça “Memory Bleuprint II”, anteriormente seleccionada para o “Macao Arts Festival 2015”. A performance – que conjuga teatro, dança e multimédia – traduz um trabalho de pesquisa de memórias que cruzam Macau e Portugal.
Também hoje, mas no Porto, o agrupamento “The Folga Gaang Project”, leva música de câmara de Macau – e o trabalho “Picnic in the Cemetery” – ao bar Maus Hábitos, seguindo depois a 1 de Outubro para a Casa das Artes, em Famalicão, e, finalmente, nos dias 2 e 3, para o bar Cais da Villa, em Vila Real. O projecto, constituído por dois residentes de Macau e um portuense, é liderado pelo pianista e compositor Njo Kong Kie e integra o violinista Hong Iat U e o violoncelista Ricardo Januário.
Por último, o grupo Danças Ocultas cumpre, entre Outubro e Novembro, uma digressão pela China, que arranca com um concerto na RAEM, a 16 de Outubro, no âmbito do XXIX Festival Internacional de Música de Macau. O colectivo de Águeda passa também por Guangzhou, Pequim, Baotou e Xangai.
E ainda... corridas motorizadas
A 62ª edição do Grande Prémio de Macau decorre entre 19 e 22 de Novembro e a Rádio Renascença associa-se ao evento com um conjunto de actividades no Norteshopping, em Matosinhos, entre 9 e 11 de Outubro. Um simulador de Fórmula 3 figura entre os principais aliciantes do programa, que também inclui workshops de caligrafia chinesa. A emissora católica portuguesa vai ainda gravar um programa ao vivo, no dia 11, dedicado a Macau, conduzido por Paulino Coelho e com a presença de convidados.
“Poemografia de Macau” lançado em Dezembro
É uma outra vertente no percurso profissional de António Mil-Homens. O fotógrafo português radicado em Macau prepara-se para lançar o seu segundo livro de poemas. “Poemografia de Macau”, em edição trilingue (português-inglês-chinês), deverá chegar aos escaparates das livrarias do território no final do ano, pela mão do Instituto Cultural de Macau (IC).
“É uma vertente intercalar, que só não tem sido mais visível devido à minha aversão em pedir patrocínios”, assume o fotógrafo ao PONTO FINAL. O novo título reúne mais de 40 poemas - cada um deles acompanhado de uma fotografia produzida pelo autor - e sucede a “Vida ou Morte de uma Esperança anunciada”, a primeira incursão de António Mil-Homens no universo da poesia. S.G."
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terça-feira, 29 de setembro de 2015
MACAU: Quando a cultura encurta a distância entre Macau e Portugal
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