in Cemitério de Pianos, de José Luís Peixoto
"Aos domingos, os pássaros são mais livres. Exibem-se em voltas no ar porque sabem que as pessoas reparam mais neles. Aos domingos, o barulho das ruas é diferente: as vozes, despreocupadas, assentam sobre o espaço vazio deixado pela vozes ásperas dos dias de semana. Aquele era um domingo assim, era um domingo domingo, mas eu despertava de um mundo onde não havia domingos e, para mim, aquele era-me estranho, da mesma maneira que me teria sido estranho qualquer outro dia."
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