domingo, 2 de janeiro de 2011

BRASIL - Língua portuguesa num poema de Olavo Bilac


Para a Presidenta Dilma Rousseff
               

Última flor do Lácio inculta e bela,
És a um tempo esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
O arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te ó rude e doloroso idioma.

Em que da voz materna ouvi - "meu filho".
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O génio sem ventura e o amor sem brilho.

Citado em "Os Portugueses no Mundo", de M.A.

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