quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Ao Nilo (2000 a.C.)

Glória a ti, pai da vida!
Deus secreto saído das trevas secretas,
Inundas os campos criados pelo Sol.
Matas a sede aos rebanhos,
Regas a terra.
Estrada celeste, descida das alturas.
Amigo dos trigos,  por ti crescem os grãos
Deus que revela, ilumina as nossas casas!

... ... ... ... ... ... ... ... ...

Ó Nilo, suplicamos-te.
Ouve o vibrar os nossos alaúdes!
Cantamos-te com as nossas mãos.
Encheste de alegria os teus fiéis.
Claridade radiosa, és o nosso escudo.
Reanimas os corações.
Comprazes-te com os múltiplos nascimentos.

Ó Nilo transbordante, são para ti as oferendas,
A ti são dedicados os bois que se degolam,
E é a ti que os hinos celebram.
Imolámos-te pássaros,
Acendemos a fogueira do sacrifício,
Ó tu cujo nome o céu esconde
E cujo aspecto nenhuma imagem deve fixar.

Ó Nilo que dás a alegria aos homens,
Os deuses receosos prestam homenagem ao deus,
Ergue-te, Nilo, que a tua voz ecoe,
Ó Nilo, ergue-te, faz-nos ouvir a tua voz!

in Rosa do Mundo (tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo)
Foto M.A.P.

Sem comentários :

Enviar um comentário

Seguidores