domingo, 6 de fevereiro de 2011

Globalização - duas tretas acerca de leões, etc









Finalmente, África.

 África, diz-se, à procura da democracia que vai ter que aprender. Isto é, a geração actual, fora daquele continente,  irá assistir como que à pré-história de um viver democrático em terra alheia. Quer dizer, enquanto os que de lá não são, mas, sobretudo, lá não vivem, e ainda falam nos eventuais arranjos para conseguirem harmonizar políticas e argumentos, sem sonhar com o "venha a nós", impõe-se-lhes a convivência com um espaço onde, diz-se, nem os romanos dominaram:"hic sunt leones"  (aqui há leões).

São mais de 30 milhões de quilómetros quadrados, cerca de 22% do total de terras emersas do globo, isto é, a seguir à Ásia, África, enquanto segundo maior continente do mundo.

Ora, numa altura em que esse mundo vive as consequências da ganância de alguns e a aparente "distracção" financeira de vários (e luta para conseguir pôr tudo "no lugar"), o problema é, sendo agora tudo  perto de tudo, como é que vai funcionar a compatibilização das diferenças, sem diminuir o óbvio direito de toda a gente a uma convivência pacífica e democrática.

O desafio é planetário, com ou sem os leões de que falavam os romanos. E não é difícil perceber que a tarefa é tal que os actuais ser viventes bem podem "morrer descansados" que fica muito por fazer para as futuras gerações... Isto é, numa palavra, quando tudo parecia esgotado, quando "coisas" como a Internet, a ida à Lua, etc, etc,  parecia terem dado a machadada final, eis que se levantam de lá, onde o calor aperta e o ar condicionado ainda é só para alguns eleitos, 30 milhões de quilómetros a levantar o braço e a dizer "também queremos! E agora muito mais do que só no litoral..." Mais, e extremamente importante, diria, decisivo: "... mas queremos ser nós..."

E a Europa, e a Ásia, e as Américas vão ter que dizer SIM.

Grande desafio este de, não pensando em ser colonizador, que, aparentemente, dava mais jeito, apesar "dos leões", CONVIVER, cooperar com o emergente, sem o querer, de facto, explorar.

Numa palavra, a Europa, os EUA, os asiáticos, se querem paz e pão, têm que o fazer com a sua própria farinha - ou, se for o caso, com farinha importada de África, mas a preço justo, que lá não há só leões, mas talvez, isso sim, uma leonina vontade de viver num mundo equilibrado económica e socialmente - e livre!

Apressa-te, Portugal descobridor e colonizador: arruma rapidamente a tua casa europeia, tu que, apesar de tudo, ainda te meteste em terra de leões, se queres participar na, sem data marcada, festa dos povos não explorados, num continente onde conheces, sobretudo, as bordas... Isto é, apesar de tudo, sublinhe-se, muito mais do que algumas carinhas d'ovo contemporâneas que andam agora por aí a quererem insinuar-se ...

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