segunda-feira, 25 de maio de 2015

MACAU - Criminalidade em alta no primeiro trimestre do ano


by Ponto Final

Sequestros aumentaram 97,1 por cento. A agiotagem e os crimes associados ao jogo também cresceram.
Catarina Mesquita
Na apresentação dos dados de criminalidade do primeiro trimestre de 2015, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, revelou que a Polícia Judiciária (PJ) abriu 3588 inquéritos criminais, número que esconde um aumento de 2,4 por cento face ao período homólogo do ano passado.
A liderar a criminalidade na região estão os crimes de cárcere privado, com 67 casos contra os 34 registados no mesmo período de 2014, numa subida exponencial que se traduz por um aumento de 97,1 por cento.
Relativamente aos crimes de agiotagem, as autoridades do território registaram um aumento de 25,9 por cento, sendo que 98 por cento dos casos aconteceram dentro dos casinos, algo que, segundo a PJ, “não traz influência para a estabilidade social de Macau”.
Entre Janeiro e Março, foram abertos 310 inquéritos relacionados com crimes de jogo, uma subida de 22,45 por cento. Para Wong Sio Chak, “os dados demonstram um abrandamento neste tipo de criminalidade se forem comparados os resultados do período de ajustamento das receitas do jogo – entre o ano de 2014 e o primeiro trimestre de 2015 – com os resultados dos anos de 2012 e 2013, anos de crescimento da actividade do jogo”.
Em sentido decrescente estão os casos de criminalidade grave e violenta, com uma redução de 4,7 por cento. Em Macau, durante os três primeiros meses de 2015 não se registou qualquer caso de homicídio, rapto ou associação criminosa.
No que toca às operações policiais e de investigação, nos primeiro trimestre foram detidos e encaminhados para o Ministério Público 1394 casos, um aumento de 17,5 por cento em comparação com o mesmo período do ano passado. Dos dez casos registados de fogo posto – que tiveram, na sua maioria, origem em conflitos entre vizinhos – nove foram identificados e resolvidos.
IMIGRAÇÃO ILEGAL EM BAIXA
No primeiro trimestre do ano registou-se uma descida nos crimes de tráfico de droga – que baixaram 50,9 por cento - e de consumo de estupefacientes, cuja queda, na ordem dos 58,1 por cento, foi ainda mais significativa. O recuo, sustenta o secretário para a Segurança, deve-se sobretudo ao “reforço de sensibilização da população e das estratégias de combate, nomeadamente com o reforço da vigilância nos postos fronteiriços, em iniciativas que impedem que a droga entre no território”. Wong Sio Chak assinalou que “durante o ano passado foram incluídos cinco novos tipos de droga no código penal de Macau, sendo este um trabalho contínuo”.
Os casos de delinquência juvenil também caíram. No total, as autoridades do território identificaram 17 menores envolvidos em delitos, menos seis do que durante o mesmo período de 2014.
Menos expressivos foram também os números relativos ao crimes perpetrados por imigrantes ilegais ou relativos a casos de excesso de permanência. A criminalidade associada à imigração ilegal caiu 31 por cento. Dos 8.678 casos identificados, 427 diziam respeito a cidadãos do Interior da China que entraram ilegalmente no território, 1207 a titulares de visto individual que excederam a sua permanência em Macau e 6358 a indivíduos que se apresentaram perante as autoridades na posse de outros documentos do Continente. Das quase nove mil infracções registadas pela polícia apenas 686 foram cometidas por cidadãos de outros países e territórios que não a China.
O secretário para a Segurança adiantou ainda que no primeiro trimestre de 2014 houve uma redução no crime de burla telefónica. Porém, durante os meses de Abril e Maio, um único indivíduo cometeu crimes de burla por telefone que já ultrapassam os casos registados durante todo o ano de 2014.

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