quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
rua do Jardim à Estrela, 7
Estar na rua, ser rua, ser ruadojardim7, e ir, por exemplo, à rua do jardim 7, à propriamente dita, rever a humildade da morada, imaginar os filmes que passavam no cinema Paris (fechado há dezenas de anos sem que o povo saiba porquê ...), e ficar-se ali, a ver passar gente ... Ou a recuar no tempo ...
Ao tempo da bola de trapo, ao tempo da família Ulrich, que por ali vivia também.
(Frederico Ulrich, foi ministro da Obras Públicas de Salazar. Era um homem sisudo, mas simpático. E tinha uma criada que era a D. Júlia, que cuidava exclusivamente do menino Zèzinho, que sempre conheci deficiente. Às vezes, chamavam-me para brincar com ele ... Com ele e com a Filipa, que era também filha dos Ulrich)
Recuar ao tempo da escola primária da Voz do Operário, paredes-meias com o prédio onde moravam os Ulrichs, com direito a polícia à porta, que dava à vizinhança um jeitão por causa das do pátio, dos pátios que havia ali ao pé ...
Chegar ao agora e respirar ruadojardim7, com a Basílica da Estrela, cheia de fiéis e de funerais poderosos e outros, que, pagando, acabam homenagem familiar, mesmo que o seu destino não seja jazigo de família.
Chegar à ruadojardim7, no Jardim Guerra Junqueiro, que é o da Estrela, onde há uns anos nasceu um blogue, resto de jornal ... A que o vento, quando aparece, rasga um pedaço para quem passa ... E já são muitos milhares ...
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