SONETO DO SÉCULO XVII
"Deus pede estrita conta de meu tempo
E eu vou, do meu tempo, dar-lhe conta
Mas, como dar, sem tempo, tanta conta
Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?
Para dar minha conta feita a tempo
O tempo me foi dado, e não fiz conta
Não quis, sobrando tempo, fazer conta
Hoje, quero fazer conta, e não há tempo
Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta
Não gasteis vosso tempo em passatempo
Cuidai, enquanto é tempo, em fazer conta!
Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo
Quando o tempo chegar, de prestar conta
Chorarão, como eu, o não ter tempo..."
Subscrever:
Enviar feedback
(
Atom
)
Sem comentários :
Enviar um comentário