sábado, 7 de novembro de 2015

O fim do jornal O SÉCULO, segundo MARIA ANTÓNIA PALLA, mãe do Dr. António Costa, agora candidato a PM de Portugal

Ora até que enfim que encontro a "minha versão", contada por outros, dos acontecimentos que levaram ao encerramento da empresa proprietária do jornal O SÉCULO

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Integrou o Século Ilustrado e a Vida Mundial, que pertenciam ao grande império de comunicação social que foi o Século. E há um paradoxo, o Século aguentou toda a ditadura e é em democracia que fecha. Por que fechou o Século?
Fecha porque, sendo o Século uma empresa tão importante, os trabalhadores se dividiram em relação a uma orientação que era perfeitamente totalitária e contrária à orientação tradicional do jornal. O Século tinha uma grande tradição democrática que se reflectia nas nossas relações de trabalho, com a administração, com a direcção, entre nós. Éramos 800 trabalhadores.
Era uma orientação determinada pelo PCP?
Era determinada pelo PCP e por alguns grupos esquerdistas. Instituíram uma comissão de censura onde as pessoas tinham sido sempre livres. Quer dizer, havia a Censura do Estado Novo, mas as chefias sempre nos defenderam muito em relação à Censura. Essa orientação traía o pacto que deve existir entre um jornal e os leitores. Isso passou-se sobretudo com o jornal, não tanto com as revistas. Com a ajuda do Copcon [Comando Operacional do Continente], metade dos trabalhadores foram expulsos. Só voltámos ao Século após o 25 de Novembro [de 1975]. O poder olhou para o Século e viu que aquela empresa não era dominável. O PS, em minha opinião, não compreendeu — e penso que até hoje não compreendeu muito bem, embora tenha feito um esforço — o que é liberdade de imprensa. Evocou razões económicas para fechar o Século.
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