sexta-feira, 11 de março de 2011

Austeridade?

Apesar de tudo, não diria desconfiado, mas inseguro, o paciente, anos a fio, sabe-se que tem procurado resguardar o seu coração, na medicina privada, com os exames médicos semestrais que lhe aconselham. Isto é, ao longo de anos, apesar de não ter deixado de pagar a horas os seus impostos, o cidadão confiou aos cuidados privados a vigilância da sua saúde cardíaca. A única coisa que "pediu" ao Serviço Público de Saúde foi que lhe fizessem por "sua" conta os exames regulares pedidos pelo facultativo privado.

E tudo assim tem sido há muitos anos: o paciente suporta do seu bolso as consultas e o Estado paga os exames que, de tempos a tempos, lhe são aconselhados.

Até que ... Até que, esquecendo as larguíssimas centenas de euros pagas em consultas particulares, a senhor doutor do Serviço Público de Saúde pede ao paciente para dizer ao cardiologista privado que não mande fazer este, mais este e mais este exames com tanta regularidade, "porque não são necessários ..."

O cardiologista, no caso, sabe-se, é um professor catedrático, ex-responsável por cargo público de relevância nacional no meio e...e o paciente vai ter que assumir o papel de intermediário junto do seu médico privado dizendo-lhe que, "a partir de agora" tem que fazer como o "do posto" manda...

Mas o que é isto?... O doente, por recear burocracias e eventuais incompetências, PAGA directamente do seu bolso (semestralmente, por sugestão médica) AS CONSULTAS e o Estado, mal representado, ou pelo menos, introduzindo  insegurança no paciente, quer ir-lhe aos exames periódicos que o médico privado (Prof.) acha por bem...

Mas que merda é esta? Então e se o paciente simular incómodos e for ao hospital para passar a ser visto (e revisto) em Cardiologia? É melhor? É mais "barato"?...

Equilibrio, precisa-se. Há agentes na "coisa pública" que têm que ir ao médico. Público.

E, se calhar, quem diz esta situação, diz outras - a necessitar de uma coisa que, se não se aprende logo a seguir ao berço, é difícil, muito difícil: BOM SENSO.

O que é que acha, sr. Engenheiro?


2 comentários :

  1. que Joaquim Lavos sublinhou: "Não acha nada. Também pago as minhas consultas, uma por trimestre. Tenho a sorte de não precisar de pedir credenciais."

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  2. ainda bem que não precisa. Quem descontou uma vida (UM VIDA!) não se deve calar. Penso que estamos de acordo.

    Continue a ter a amabilidade de aparecer.Se puder, aqui, directamente, no blogue.

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