quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Fados


Passados que foram cerca de escassos 10 dias de blogues, permita-se-me que dedique especialmente este Momento, longe de qualquer "Café Literário", a sério ou a fingir, no caso, sem música, nem antes nem depois, ao, quiçá, único ouvinte que, numa corrida, se sentou à minha frente, numa enorme sala improvisada, mas quase cheia, para conseguir perceber o que havia para dizer, por cima de ruídos de copos e alheio a cheiros, atmosferas políticas e outras, previstas, mas não acauteladas. Lá, nas Traseiras do Litoral, de que tanto gosto.


Da que esteve para ser parte da introdução pessoal destes blogues, aqui fica prosa...

Com dedicatória.

"...Não me apetece fazer um diário, que o género parece de reputação discutível, apesar de , por exemplo, Vergílio Ferreira ter dedicado 3532 páginas, formato A5 (edições Bertrand), no que "amaldiçoou", pelo menos, 165 vezes ("merdelhices", "cartase de velho", "prosa merceeira", "onanismo literário", "escrita deslassada", etc)...

É claro também que se pensasse que "chegado aos 70 agora a vida é mais fácil porque é tudo a descer" (V.F.), me deixava escorregar e nem sequer metia o bedelho na matéria, mas, como me sinto em forma, aí vai escrita que é mais altura dela do que de palavras soltas que o tempo leva...São blogues, meus senhores, são blogues, neste moderno (?) suporte feito de sei lá o quê...Escritos como quem faz filhos. Com prazer. Sem prostituições. Como, apesar de tudo, Vergílio Ferreira ditava o seu diário: "...em mangas de camisa e às vezes em cuecas." Ou nem isso, acrescento eu, que, como é visível, penso, me apresento para a função quase sempre como vim ao mundo..."

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