Um dia destes, numa movimentada rua de Lisboa, cheia de montras sedutoras, dei comigo a, sem pressas, ir na conversa do costume e, de vez em quando, parar para matar curiosidades... Acontece que comecei a aperceber-me que, uns cinco metros atrás de mim, vinha um indivíduo, com Bilhete de Identidade perpétuo mais recente do que o meu, que parava sempre que eu o fazia. Aconteceu uma, duas, três vezes...
Então, chegado a uma esquina, à beira de um jardim, sem mudar a minha trajectória, parei e deixei o fulano passar-me à frente, não só para lhe "tirar o retrato", como para ver em que iam parar as modas...
Pimba: o tipo passou-me ao lado, mediu-me e, zás!, uns vinte metros adiante, estancou - de costas para mim. Aproveitei para tentar tirar a prova dos nove: com o cavalheiro virado para a frente, desviei-me, rapidamente, para o lado, uns dez metros, de forma a perceber, se o fulano se virasse, em campo aberto como era o caso, o que é que faria na hipótese de me querer "rever"...
Catrapus, o tipo voltou-se, não me lobrigou onde julgava que eu estava e fez, de imediato, o gesto revelador... Pelo meu lado, confirmei, de imediato, inequivocamente, que estava a ser perseguido.
"Para quê?...", foi a pergunta que fiz a mim próprio. "Talvez pense que sou um antigo camarada de armas que não vê há muitos anos...; talvez seja um larápio à espera que eu entre numa rua menos movimentada...; talvez... talvez...
A verdade é que, pensando melhor, eu levava pendurada ao pescoço uma bolsa daquelas da tropa que, vistas bem as coisas, devia parecer "anafada"...
Decidi, então, ir sentar-me num banco de jardim, onde já estava outro cidadão, e ali, a uns cinco metros de uma paragem de autocarro, aguardar...
O tipo viu-me sentar e, em menos de nada, foi para essa paragem, nitidamente na esperança de que eu me cansasse de estar sentado...
Passaram largos minutos. As posições relativas mantinham-se. Foi ocasião para eu sacar da máquina fotográfica que trazia dentro da bolsa e, num gesto rápido, fazer um zoom e registar-lhe a silhueta...Sem ele dar por isso, claro.
Entretanto, o fulano deve ter percebido que eu estava ali de pedra e cal e saiu da paragem, indo especar-se alguns metros atrás do banco onde me sentara...a pensar...
Pensei, pensei... Até que a solução encontrada foi esperar ali, a dois passos da paragem do autocarro, que a eventual carreira passasse e eu, numa corrida, surpreendesse o perseguidor, tomando o transporte mais à mão para...para algures, deixando-o sem solução no jardim que ambos haviamos "escolhido" como cenário até àquele momento...
Aconteceu, então, o imprevisto: ao fundo da rua apareceu o bus esperado, ambos corremos para a paragem, só que o potencial gatuno (?) era mais novo do que eu, correu mais depressa e... e entrou primeiro no autocarro para Belém, onde terá viajado sem mim, que fiquei a vê-lo seguir, depois de ainda lhe ter perguntado se queria alguma coisa... Feita a "manuelina", achei-me, finalmente, só. E tranquilo.
Então, chegado a uma esquina, à beira de um jardim, sem mudar a minha trajectória, parei e deixei o fulano passar-me à frente, não só para lhe "tirar o retrato", como para ver em que iam parar as modas...
Pimba: o tipo passou-me ao lado, mediu-me e, zás!, uns vinte metros adiante, estancou - de costas para mim. Aproveitei para tentar tirar a prova dos nove: com o cavalheiro virado para a frente, desviei-me, rapidamente, para o lado, uns dez metros, de forma a perceber, se o fulano se virasse, em campo aberto como era o caso, o que é que faria na hipótese de me querer "rever"...
Catrapus, o tipo voltou-se, não me lobrigou onde julgava que eu estava e fez, de imediato, o gesto revelador... Pelo meu lado, confirmei, de imediato, inequivocamente, que estava a ser perseguido.
"Para quê?...", foi a pergunta que fiz a mim próprio. "Talvez pense que sou um antigo camarada de armas que não vê há muitos anos...; talvez seja um larápio à espera que eu entre numa rua menos movimentada...; talvez... talvez...
A verdade é que, pensando melhor, eu levava pendurada ao pescoço uma bolsa daquelas da tropa que, vistas bem as coisas, devia parecer "anafada"...
Decidi, então, ir sentar-me num banco de jardim, onde já estava outro cidadão, e ali, a uns cinco metros de uma paragem de autocarro, aguardar...
O tipo viu-me sentar e, em menos de nada, foi para essa paragem, nitidamente na esperança de que eu me cansasse de estar sentado...
Passaram largos minutos. As posições relativas mantinham-se. Foi ocasião para eu sacar da máquina fotográfica que trazia dentro da bolsa e, num gesto rápido, fazer um zoom e registar-lhe a silhueta...Sem ele dar por isso, claro.
Entretanto, o fulano deve ter percebido que eu estava ali de pedra e cal e saiu da paragem, indo especar-se alguns metros atrás do banco onde me sentara...a pensar...
Pensei, pensei... Até que a solução encontrada foi esperar ali, a dois passos da paragem do autocarro, que a eventual carreira passasse e eu, numa corrida, surpreendesse o perseguidor, tomando o transporte mais à mão para...para algures, deixando-o sem solução no jardim que ambos haviamos "escolhido" como cenário até àquele momento...
Aconteceu, então, o imprevisto: ao fundo da rua apareceu o bus esperado, ambos corremos para a paragem, só que o potencial gatuno (?) era mais novo do que eu, correu mais depressa e... e entrou primeiro no autocarro para Belém, onde terá viajado sem mim, que fiquei a vê-lo seguir, depois de ainda lhe ter perguntado se queria alguma coisa... Feita a "manuelina", achei-me, finalmente, só. E tranquilo.
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