sábado, 21 de novembro de 2009

Homenagem póstuma


Quando os dedos das mãos quase chegavam para me contar a idade, pedi a meu pai (que era, lá em casa, uma espécie de carpinteiro de toscos) para me improvisar uma paleta em contraplacado onde se pudessem fixar meia dúzia de aguarelas baratas que, coladas em cartolina a condizer, minha mãe comprara a pedido de artísticas inocências.

Meu pai disse que sim e esmerou-se... Esmerou-se de verdade. E é por isso que é dele (homenagem póstuma), meu e de minha mulher, o quadro onde a tal paleta do entusiasmo, agora colada em tela, com fundo acrílico, repete, como pode, o beijo e glorifica a memória de um gesto cujo significado a era da transmissão rápida de afectos vai ter de (que) compreender.

Para ver se se consegue inverter esta queda para o não sei quê...

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