domingo, 31 de janeiro de 2010

O raio que o partiu...


Adopto aqui uma velha história que me contaram não sei quando em que, como nos filmes, só o final, é que é "glorioso"...

É o trajecto, consta, de um indivíduo que, subindo a pé o arranha-céus que tinha pela frente, foi enganando com a sua conversa quantos, andar após andar, lhe foram abrindo as suas descuidadas portas e, perturbados, não tiveram tempo de avisar o vizinho de cima do logro em que tinham acabado de cair...

Mentira do viségimo premiado, no rés-do-chão; aldrabice do cheque sem cobertura, no segundo andar; notas falsas, no quarto andar; no sexto, moradia a sortear no Algarve; no oitavo, a burla concretizada no r/c; no 10º, a aldrabice eventualmente vitoriosa no 2º andar; no 12º, a tentativa de repetição do "sucesso" obtido no 4º andar; no 14º, o conto vigário do 6º andar...

E assim por diante, para evitar alaridos, sempre com um piso de intervalo, e inocentes conversas nas escadas, entre as burlas feitas ou a fazer.... Até que, no terraço, já a roçar as nuvens, onde, como algumas vezes acontece aos acumuladores de aldrabices, houve mudanças bruscas na atmofera e quando o das vigarices em cadeia procurava mais pessoas de boa fé nas que tinham vindo aos píncaros estender roupa, desencadeou-se uma violentíssima trovoada, e veio do alto, mesmo junto ao azul celeste, onde passam aviões, um raio que o partiu... E o insólito fez história. Que, sem dó nem piedade, aqui deixo. De S.Bento a Belém. E para os arredores da Grande Cidade onde também tudo pode suceder.

Desde essa data, não sei que mais ocorreu, o que é verdade é que o que passei a ouvir são desabafos como este:

"os gatunos que vão para o raio que os parta..." E a coisa é tal que, à ira, chegado o momento, ninguém escapa. Nem ministros, imagine-se!...

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