segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

"Quarto de Despejo" - ossos


Catarina, Catarinas

Devo uma palavra muito espêcial a quem entra agora neste esconso do "Quarto". Aí, logo a seguir, vai poder ler-se um apontamento meu de vida que, posso acrescentar, se tivesse aparecido no "Acerca de Mim" que tive que "preencher", em Novembro do ano passado, no início destas notas, melhoraria o retrato...

Desculpai, ó gentes da favela, mas, vêde bem, guardadas as óbvias diferenças, nessa terra de, agora, altos PIBs, também é assim: sofre-se no trabalho, mas samba-se nos intervalos. É por isso que, além do mais, eu vos admiro e amo.

"...Passei a tarde arranjando as latas. Depois fui na Bela Vista buscar um caixote. Quando eu passava perto do Frigorifico o caminhão de ossos estava estacionado. Pedi uns ossos para o motorista. Êle deu-me um que eu escolhi. Tinha muita gordura."

Catarina, eu sei que tu gostas de samba. Luta, claro!... Mas, chegada a hora, samba, minha querida. Olha que há quem queira os teus ossos...


Reparo agora que te tenho chamado Catarina e, consultado de novo o "Quarto de Despejo", verifico que, afinal, o teu nome é Carolina. Rebaptizei-te. Mas não consegui ajudar-te. Para mim, continuarás, portanto, a ser a Catarina (irmã da Carolina - no sofrimento).

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