terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Ó Almada, Almada, chega aqui!...

A cena do ódio

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Tu, que te dizes Homem!
Tu, que te alfaiatas em modas
e fazes cartazes dos factos que vestes
p'ra que se não vejam as nódoas de baixo!
Tu, qu'inventaste as Ciências e as Filosofias,
as Políticas, as Artes e as Leis
e outros quebra-cabeças de sala
e outros dramas de grande espectáculo...
Tu, que aperfeiçoas a arte de matar...
Tu, que descobriste o cabo da Boa-Esperança
e o Caminho Marítimo da India
e as duas Grandes Américas,
e que levaste a chatice a estas terras,
e que trouxeste de lá mais Chatos pràqui
e qu'inda por cima cantaste estes Feitos...
Tu, qu'inventaste a chatice e o balão,
e que farto de te chateares no chão,
te foste chatear no ar,
e qu'inda foste inventar submarinos
pr'a te chateares também por debaixo d'água...
Tu, que tens a mania das Invenções e das Descobertas
e que nunca descobriste que eras bruto,
e que nunca inventaste a maneira de o não seres...
Tu que consegues ser cada vez mais besta
e a este progresso chamas Civilização!
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