quarta-feira, 21 de março de 2012

Excertos de cartas de pai 2 vezes ( 2 )





















"Ontem à noite, ao fechar o estore do meu quarto, reparei que, do lado de fora do vidro, ficara, cativa, uma mosca que nada conseguira afastar.

Hoje de manhã, mal me levantei, abri o dito estore e, com a claridade, lá vi a mosca da véspera. Bati no vidro convencido de que, morta, iria cair. Bati várias vezes e nada ... "Morreu e nem se mexe, está colada ao vidro ..." - pensei. Voltei a bater. De repente, a mariola mexeu-se e quando eu esperava a queda, voou, voou e foi, provavelmente, em liberdade, tomar o pequeno almoço que os da limpeza cá da freguesia lhe haviam reservado (a ela e às manas) nos arredores dos caixotes do lixo.

E aqui tens a história de uma mosca que não estava morta.

Fim."

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