sábado, 10 de março de 2012

Canteiro de palavras - O moinho ( XXXIX )

Acabo de receber, via não sei o quê, alguns mails maravilhosos, onde está "tudo" - ou quase. Quase porque não encontrei nenhum onde estivessem as "Cartas do meu Moinho",  de Daudet. E, às vezes, é duns terrenos lá "próximos", quer dizer, a umas léguas, muitas, desse moinho, que eu tento, TENTO, escrever-vos "com pena de pato...", embora.


                                       Mas ...












"Foi uma surpresa para os coelhos!... Havia tanto tempo que viam a porta do moinho fechada, as paredes e a plantaforma invadidas pelas ervas, que tinham acabado por acreditar que se extinguira a raça dos moleiros, e, como o lugar lhes parecera bom, instalaram nele uma espécie de quartel-general, um centro de operações estratégicas, o moinho de Jemmapes dos coelhos ... Na noite da minha chegada, havia lá pelo menos, sem exagero, uns vinte, sentados em circulo na plataforma, como se aquecessem as patas um raio de luar ... Assim que entreabri uma lucarna, frrt!, o bivaque pôs-se em debandada e todos aqueles traseirinhos brancos fugiram, de cauda no ar, para o mato. Espero, no entanto, que regressem.

Quem ficou também muito espantado, ao ver-me, foi o locatário do primeiro andar, um velho mocho sinistro, de cabeça de pensador, que habita o moinho há mais de vinte anos. Encontrei-o no quarto de cima (...)

E é daqui que vos escrevo, com a porta escancarada ao sol (...)"

E era esta espécie de carta que tinha para vos enviar. Tinha-a no meu canteiro de palavras.

Sem comentários :

Enviar um comentário

Seguidores