segunda-feira, 19 de março de 2012

Os filmes da culpa

Um dia destes, na estrada frente à minha varanda, houve um acidente mortal que não testemunhei, mas de que segui todos os passos posteriores. É claro que fiquei a fazer os meus juízos do sucedido, tirei, à distância, uma ou outra fotografia e ... e, dias depois, pensando bem, achei que deveria sugerir à autoridades locais a colocação de faixas moderadoras de velocidade no sitio onde se tinha verificado o  acidente. Já se passaram, entretanto, algumas semanas e ... e nada. Não é grave, mas ... mas poderia ser ...

Ora bem. Recebo de quando em vez "mails" que são, de algum modo, relatos paralelos do que aconteceu na estrada minha vizinha: a culpa da crise foi de ... E vem logo a seguir o nome de alguém que ...

A velha história "se não foste tu, foi a tua mãe ... Se não foi a tua mãe, foi a mãe dela ...", é conhecida. Se no dia a seguir ao recebimento do meu alerta para as autoridades locais, tivesse havido outro acidente idêntico, é certo e sabido que, por muito bonzinho que eu quisesse ser, lá me assaltaria a vontade de reclamar o "não atendido..." - na véspera ...

O que é que eu quero dizer com isto? É simples: o culpado da Crise não é Passos Coelho, não é Sócrates, não é Cavaco, não é Mário Soares, não é Guterres, não é Vasco Gonçalves, não é Salazar, não é D. Carlos. Talvez seja o Infante D. Henrique, mas o homem não sabia que o que se ( e se ...) ía descobrir ... Talvez seja então de ... talvez a culpa seja do mau feitio de D. Afonso Henriques, que correu com os mouros ... Depende de quem escreve a crónica.

É isso: há uns que detestam Sócrates. Há outros que o querem sossegado nas aulas de Filosofia. Há outros ainda que não gostam de "marquises" e ... pimba!... E há também os profissionais do bota-abaixo, para quem "quanto pior, melhor."

Mas "isto" é um blogue, não é uma cartilha, ou um "mail" santo, imaculado como alguns que por aí circulam. Acorre-me, por isso, uma citação, em vez de uma queixa. Cito? Não cito? Cito:

Mao Tsetung (que tal?...)

"Quando se toca piano, os dez dedos devem mover-se; não se pode tocar apenas com alguns dedos, deixando os outros parados. Mas se os dez dedos fazem pressão ao mesmo tempo, também não se consegue qualquer melodia. Para produzir boa música, os dez dedos devem mover-se com ritmo e coordenadamente."

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