segunda-feira, 26 de março de 2012

Palavras cruzadas VII - Sexo


















"(...) assim como o canto grave e devoto ajuda a levantar o espírito gerando nele bons pensamentos, e saudade da Pátria Celestial; e por isso se usa nas igrejas entre os Divinos Ofícios: assim nas sarabandas, e modos mui festivos, e picados, o distraem, afeminam, e corrompem; e por isso se usa nas comédias, nas ceias nupciais, e nas músicas e descantes dos que de noite fazem pé de janela para os fins, com que a mocidade os inquieta (...)."
Padre Manuel Bernardes


De uma carta a Ofélia:
"(...) O engraçado era que no ano que vem eu já pudesse dar estes parabéns de manhã, antes de me levantar. Percebes, Nininha?


Muitos beijos, muitíssimos do teu, muito teu,
Fernando
Fernando Pessoa


"(...) É preciso que venha uma noite ao meu "cottage", antes da partida para Veneza, não é assim? pediu-lhe inclinado com as mãos entre os joelhos.


Constance respondeu imitando-lhe o patoá, o que o fez sorrir, e, por instantes, duelaram brincalhonamente em dialeto.


- Vai ao meu "cottage"? insistiu êle
- Sim, respondeu ela, ainda em patoá imitado.
- E dormirá comigo? Indispensável! Quando vem?
- Talvez domingo, respondeu Constance em patoá errado.
- Ótimo. Mas não é assim - e corrigiu-lhe a frase, caçoando. Não, você pode me imitar.
- Por que não?
Ele ria-se. Ela era tão cômica a lhe imitar o dialeto!
- Está bem. Vamos-nos daqui. É tarde.
Disse-lhe isso, inclinado sobre ela, a acariciar-lhe o rosto.
- Você é um bom cono, isto é que é. O melhor cono que resta no mundo - mas só quando quer.
- Que quer dizer isso - cono?
-Ah! Não sabe? Cono! É você embaixo.
- Como é copular?
- Copular é o que a gente faz. Os animais copulam. Cono é muito mais do que isso. É você mesma, compreende? E você é muito mais que um animal, mesmo copulando. Cono! É o que a faz bela, minha pequena! (...)"
D. H. Lawrence (em ed. brasileira)

"(...) Eu tinha um hímen muito resistente, sabes? Às vezes até é preciso operar. Nessa altura não sabia nada dessas coisas. Pensava que seria um bocadinho doloroso, que deitaria sangue ... uns minutos ... e depois ... Mas não foi nada assim. Foi preciso quase uma semana antes de ele ser capaz de o romper. Mas posso-te dizer que ele gostou assim! Oh, e como era delicado! Talvez aquela história de ser resistente fosse peta sua, talvez não passasse de uma manha para prolongar as coisas ... Por outro lado, ele também não era muito forte e tinha a coisa curta e grossa. Parecia-me que a enfiava toda, mas eu estava tão excitada que não o poderia jurar. Ficava muito tempo dentro de mim, quase sem se mexer, mas duro como uma pedra e a estremecer como se dançasse uma jiga. Às tirava-o e brincava do lado de fora. Era maravilhoso! Conseguia fazer isso tempos esquecidos sem se vir. Dizia que eu tinha uma constituição perfeita ... que uma vez a membrana perfurada seria delicioso ir para a cama comigo. Não usava linguagem obscena ...como o outro bruto. Era um sensualista. (...)"
Henry Miller

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